Kinross busca ampliar vida útil da mina de Paracatu

Com investimentos robustos na segunda metade dos anos 2000, a Kinross Brasil Mineração ampliou as atividades no complexo minerário de Paracatu, na região Noroeste do Estado, adiando o fechamento da mina de ouro, previsto inicialmente para ocorrer em 2014. A nova previsão, desde então, foi estabelecida para depois de 2030. E, embora a subsidiária da canadense Kinross Gold Corporation ancore uma série de projetos e ações para a data, a combinação de alguns fatores poderá levar a uma nova expansão deste prazo.
O presidente das operações no Brasil da Kinross, Gilberto Azevedo, não crava um ano para nenhuma das hipóteses, mas diz acreditar que a empresa vá “conseguir prolongar muito a vida útil da minha”. Trata-se da Mina Morro do Ouro – a maior extração a céu aberto de ouro do Brasil, que equivale a 22% de todo o mineral que é produzido no País.
“A vida útil atual da mina é depois de 2030. Mas essa data sempre depende de preço, eficiência operacional, custos e,
para além disso, ainda existem as pesquisas geológicas e investimentos em desenvolvimentos tecnológicos que também podem colaborar”, disse em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.
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Para isso, investimentos continuam sendo realizados. Dona da mina desde 2004, a Kinross já realizou aportes de bilhões de dólares na operação e mantém, hoje, cerca de US$ 120 milhões (o equivalente a cerca de R$ 600 milhões) anuais. As inversões visam garantir a sustentabilidade do negócio e os ganhos de eficiência. Apenas para este ano está prevista a produção de 570 mil onças, o equivalente a 18 toneladas de ouro na mina em Paracatu.
Conforme Azevedo, o foco é justamente garantir a estabilidade das operações. “A gente já tem uma operação bastante eficiente, por isso entendemos que manter a produção neste patamar já é uma grande vitória”, resume.
Preço do ouro no mercado internacional
Em relação ao mercado, o executivo lembra que o ouro viveu momentos de baixas de preço, depois passou por uma recuperação, chegando a US$ 1.800. E que agora tem oscilado entre esse valor e US$ 1.600 a onça, o que ele considera um patamar razoável. Mas admite que se espera valores melhores.
“O mercado está num patamar razoável; não está no nível que a gente gostaria, mas em um nível que a gente considera ok. Já do ponto de vista operacional, tem sido um bom ano. Já temos uma produção estável e reconhecida como uma das mais eficientes do País tanto na parte de mina como na parte de processos. Somos um dos maiores produtores de ouro do País, senão o maior, e temos um processo muito estável, bem controlado e bem operado”, justifica.
Sustentabilidade no foco das operações
E quando o assunto é sustentabilidade e responsabilidade social, Azevedo cita o Programa Integrar, que é uma plataforma de investimentos sociais da Kinross, em que a companhia atua para fortalecer as iniciativas na área. As premissas são alinhadas às oportunidades apontadas no Plano Paracatu 2030 e estruturado em quatro áreas: Cultura, Geração de Trabalho e Renda, Educação e Educação Ambiental.
Segundo ele, um programa que já vem de longa data, mas que sofre adaptações para responder às mudanças que ocorrem na sociedade, com uma atuação intensa e constante que privilegia essas áreas de atuação.
No que se refere ao meio ambiente, o executivo garante que a empresa procura praticar as normas e fatores preestabelecidos como controles, trabalhos preventivos e de compensação e mitigação.
“O balanço é positivo, mas ainda depende do plano de fechamento da mina para se concretizar positivamente. Este é um processo também dinâmico de atualização de planejamento, à medida que surgem mais informações sobre o processo ou desenvolvimento de novas tecnologias. Neste sentido, realizamos o fechamento concomitante à operação. E isso é muito benéfico, porque ao mesmo tempo estamos operando, estamos fechando algumas áreas e conseguimos acompanhar e mensurar a eficácia do processo e, se for necessário, fazer ajustes”, conclui.
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