Preço do ouro deve subir com cenário de incertezas

Atualmente em queda, ativo pode ter recuperação em cotação

21 de julho de 2022 às 0h29

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O ouro é considerado o ativo mais seguro em tempos de crise econômica | Crédito: Imagem de Steve Bidmead por Pixabay

O aumento dos juros no mundo – em busca do controle da inflação -, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o temor de uma recessão global podem alavancar os preços do ouro. Considerado um ativo seguro em tempos incertos, a tendência, caso o conflito na Europa se prolongue e a recessão se confirme, é que investidores migrem de opções mais arriscadas para o ouro.

O diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, explica que o ouro sempre foi um porto seguro nos momentos de incertezas no cenário global, quando os investidores buscam proteção indo às compras dessa commodity e percebem que o cenário traz preocupação para o capital e, lógico, buscam também o lucro. 

Por isso, diante do atual contexto de possível recessão global, apesar das realizações das últimas semanas, a tendência é que a cotação do ouro se mantenha em patamares elevados.  

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“No momento de instabilidade, os outros investimentos, como, por exemplo, as ações, se tornam preocupantes, pois elas podem virar pó. Já o ouro não perde seu valor intrínseco. Nesse momento global adverso, quando existem grandes possibilidades de recessão, principalmente nas mais importantes economias, a procura pelo ouro torna-se imensa, elevando sua cotação para patamares jamais vistos”.

Ainda segundo Mauriciano, é preciso cautela e boa avaliação do mercado para mudar os investimentos. “Os investidores devem ter cautela, pois é um investimento de alto risco. A tendência ainda é de alta, apesar das realizações dos últimos dias, quando houve uma queda significativa. Portanto, todo cuidado é pouco na hora de investir, mas o cenário ainda é de muita crise e de incertezas, sendo os momentos em que o ouro mais tem alta”.

Cotação

Na média de julho, até o dia 19, a cotação do ouro estava a US$ 1.707 a onça-troy, valor que ficou 5,27% menor no acumulado do ano e 6,4% inferior frente a julho de 2021. Na comparação com junho, o metal precioso caiu 5,54%. As perdas do ouro ocorrem devido ao fortalecimento do dólar frente à política de alta dos juros.

Economista e doutor em Relações Internacionais,  Igor Lucena explica que os aumentos das taxas de juros a nível global – em função da inflação alta – e, principalmente, o aumento das taxas nos Estados Unidos, que é muito mais sensível para os investidores do que uma elevação no Brasil, fazem com que investidores busquem alternativas mais seguras.

“Como o banco central europeu não tem muita flexibilidade na alta dos juros, porque traria muitos efeitos negativos, há uma corrida para a volta de ativos mais seguros, como o ouro e o dólar. Analisando o segmento de mercado entre risco e segurança, não há dúvidas de que estamos em um momento de segurança. Onde as pessoas estão vendendo ativos do mercado financeiro vendo que as empresas terão balanços mais desfavoráveis. Tudo isso faz com que a gente tenha o sell-off do mercado acionário, e os valores dos sell-off terminam em ativos mais líquidos de valorização, como o ouro, por exemplo”.

O ouro, em momentos de crise, segundo Lucena, é um ativo positivo, tanto é que os bancos centrais compram o metal.  Por isso, a tendência é de aumento da demanda e, consequentemente, dos preços.

“Nos próximos meses, não há dúvidas de que as tensões vividas, a guerra e a impossibilidade do banco central em aumentar os juros com maior flexibilidade vão fazer com que se tenha um aumento exponencial do ouro. Ele vai ser visto como um bom investimento e ficará ainda mais alto”.

Concorrência com dólar

O analista da Mirae Asset Pedro Galdi ressalta que o ouro é o famoso investimento de proteção com cenário de desastre, mas concorre com a valorização do dólar. 

“A guerra é um dos vetores, e, por isso, o preço do ouro subiu bastante no passado. Chegou a oscilar com pulo de metais, mas já devolveu tudo. Se o cenário de guerra perdurar, podemos ter novas altas. Mas, como os juros dos Estados Unidos estão subindo, muitos investidores buscam refúgio no ‘tio Sam’. Mas a cotação do ouro, dependendo do cenário, pode voltar a oscilar sim”, avaliou.

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