Leilão de energia prevê linhas em MG; investimentos de R$ 3,6 bi

O Consórcio Olympus XVI, composto pela Alupar Investimentos S.A e Mercury Investimentos S.A e a Celeo Redes Brasil S.A, arremataram, respectivamente, os lotes 2 e 3 do Leilão de Transmissão nº 2/2023, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nesta sexta-feira (15), na sede da B3, em São Paulo. Os dois lotes comtemplam linhas e subestações localizados em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Juntos, têm previsão de investimentos de R$ 3,6 bilhões.
O deságio médio do leilão foi de 40,85% em relação à Receita Anual Permitida (RAP). Estabelecida pela Aneel, a RAP é a receita que o vencedor do certame terá direito pela prestação do serviço de transmissão, a partir da entrada em operação comercial das instalações.
O lote 2 foi arrematado por R$ 239,5 milhões, com um deságio de 47,01% em relação à RAP inicial de R$ 451,9 milhões. O investimento do Consórcio Olympus XVI é estimado em R$ 2,6 bilhões. Já a Celeo arrematou o lote 3 após oferta de R$ 101,2 milhões e deságio de 42,39% em relação à RAP prevista de R$ 175,7 milhões.
O Consórcio da Alupar e Mercury ficará responsável pela construção de dois linhões de 500 kV. Um de 330 quilômetros (km), Silvânia – Nova Ponte 3, e outro de 221 km, Nova Ponte 3 – Ribeirão Preto. O prazo para conclusão das obras é de 66 meses. A estimativa é que o empreendimento gere 4.722 empregos diretos.
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A Celeo construirá uma linha de transmissão 500 kV para conectar as subestações de Marimbondo 2 e Campinas, com construção prevista em 60 meses e estimativa de 2.058 empregos diretos gerados.
As novas instalações permitirão a expansão das interligações regionais e da capacidade de exportação de energia do Norte e Nordeste, regiões fortes na produção de energia por meio de fontes renováveis.
Ministro comemora resultado e aponta para transição energética
Na Bolsa de Valores, em entrevista à imprensa, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, comemorou o resultado do leilão. “Nós cumprimos com o grande propósito de contratar linhas de transmissão para reforçar os investimentos em energias limpas e renováveis – eólica, biomassa e solar – fazendo com que o Brasil se consolide ainda mais como grande protagonista da transição energética no mundo”, declarou.
O ministro ressaltou que o País busca diálogo internacional para promover investimentos na produção e emissão de energia limpa e que leilões como esse são fundamentais para esse plano.
Incluive, a State Grid Brazil Holding (SGBH), da estatal chinesa State Grid Corporation of China (SGCC), venceu o lote 1 do megaleilão de energia. O investimento previsto é o maior já estimado pela Aneel: R$ 18,1 bilhões. O valor sozinho é superior a 54 dos 55 leilões já apregoados pela agência em 26 anos.
“Tenho acompanhado o presidente Lula pelo mundo e na semana passada todos acompanharam a COP28. Nós temos grande expectativa de que esses leilões atraiam mais de R$ 200 bilhões em investimentos em energia eólica, solar, biomassa e hidrogênio verde no Nordeste brasileiro. Sem esses leilões, não seria possível fazer isso. Esses leilões, na verdade, estão atrasados. Deviam ter sido feitos há quatro, cinco anos”, finalizou Silveira.
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