LGA Mineração investe R$ 100 milhões na modernização de planta em Congonhas

A LGA Mineração, empresa que atua com o beneficiamento de minério de ferro em Congonhas, na região Central do Estado, investiu R$ 100 milhões para modernizar sua planta industrial. Com o aporte, a unidade ganhou uma nova britagem, um sistema de moagem inovador, melhorias no circuito de concentração e um novo filtro prensa.
Os focos da modernização foram a flexibilidade do abastecimento de matérias-primas e processamento, o aumento da qualidade do minério final e o ganho em eficiência logística e ambiental. Com a iniciativa, a mineradora busca se preparar para competir em um mercado que exige qualidade, rastreabilidade e impacto ambiental positivo.
Batizado de 3,5M, o projeto que engloba o investimento, tem como premissa estratégica a capacidade de processar minerais brutos com menor teor de ferro, além de mais abundantes, muitos deles desprezados por outros players da região, e transformá-los em concentrados com mais de 65% de ferro. A ideia é atender as siderúrgicas com metas de descarbonização.
“O novo sistema de produção vai além da produtividade: reduz emissões, reutiliza recursos e transforma passivos minerais em insumos valiosos”, diz o CEO da LGA, Paulo Soares.
“Nossa localização no centro do quadrilátero ferrífero nos permite acessar diversos tipos de ROM [minério em estado bruto, isso é, extraído da mina, sem ter passado por beneficiamento]. O que o projeto traz é justamente a tecnologia para processar qualquer tipo de minério disponível. Isso nos coloca em posição estratégica e reduz nossa exposição a riscos de suprimento”, afirma o diretor comercial da empresa, Wellington Ceciliano.

Mineradora já sente efeitos positivos do projeto
O 3,5M entrará em plena operação apenas no segundo semestre deste ano, mas a LGA Mineração já sente os benefícios do projeto. Em 2024, mais de 60% da produção da mineradora superou os 62% de ferro, com um aumento de 15% no volume produzido em relação ao ano anterior. No mesmo período, a empresa também elevou sua fatia no mercado internacional, com mais de 15% das vendas destinadas indiretamente à exportação.
“Deixamos de disputar vendas no mercado spot e passamos a ser procurados como fornecedor regular. O mercado busca a LGA”, diz Ceciliano.
A empresa espera que, com o sistema em pleno funcionamento, 100% da produção ultrapasse a faixa de 62% de ferro, com parte significativa acima dos 65%. Esses produtos são mais valorizados pelo mercado, geram menor consumo energético e menos emissão de CO2 nas etapas seguintes da cadeia, sendo importante para a descarbonização da siderurgia.
O diretor financeiro da LGA Mineração, Antônio Henriques, diz que o investimento também traz ganhos indiretos. Segundo ele, o aporte reduz a dependência de blends (mistura de minérios, para chegar à qualidade e composição desejada), amplia a previsibilidade de suprimentos, dá maior segurança ao fluxo de caixa e torna a mineradora menos vulnerável às oscilações da matéria-prima e mais atrativa comercialmente.
Investimentos em sustentabilidade
Alinhado a uma agenda sustentável, a LGA também tem investido na redução da circulação de caminhões, seja pela melhoria da qualidade do minério lavrado, que exige menos transporte para blending, ou com o uso de circuitos logísticos fechados que evitam deslocamentos vazios. Nesse sentido, a empresa informou que ainda está avaliando um projeto de terminal ferroviário para a unidade, o que diminuiria emissões e custos.
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