Economia

Lithium Ionic deve investir US$ 266 milhões em projeto de lítio em Minas Gerais

Valor inicial está previsto no estudo do Projeto de Lítio Bandeira, no Vale Jequitinhonha, além de recursos nos custos de manutenção da mina
Lithium Ionic deve investir US$ 266 milhões em projeto de lítio em Minas Gerais
Mineradora será responsável por gerar aproximadamente 870 postos de trabalho diretos | Crédito: Reprodução / Site Lithium Ionic

O estudo de viabilidade do Projeto de Lítio Bandeira, da Lithium Ionic, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, foi concluído. Os resultados apontam para um investimento inicial da empresa no empreendimento de US$ 266 milhões (cerca R$ 1,4 bilhão na cotação atual), além de US$ 81,4 milhões (em torno de R$ 426 milhões) em custos de manutenção da mina, nos 14 anos de vida útil.

A mineradora deverá produzir anualmente, em média, 178 mil toneladas de concentrado de espodumênio de alta qualidade com teor de 5,5% de óxido de lítio (Li2O), conforme a análise. Neste caso, vale destacar que as áreas do Projeto Bandeira abrangem 157 hectares, o que representa 1% do pacote de terras de 14,2 mil hectares da companhia canadense na região.

Indicando uma economia sólida e a rentabilidade do empreendimento, o estudo também mostra que o valor presente líquido após impostos será de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões) e a taxa interna de retorno posterior aos impostos de 40% ao preço médio de US$ 2.277 (R$ 11.924) a tonelada de concentrado de lítio. Já os custos operacionais ficarão em torno de US$ 444 (R$ 2.325) por tonelada, considerado um dos mais baixos valores de produção do mundo.

Contribuindo com o poder público, estimulando o desenvolvimento econômico e social do Vale do Jequitinhonha, a análise ainda aponta que a Lithium Ionic deverá pagar US$ 915 milhões (R$ 4,8 milhões) de impostos com o Projeto Bandeira. Adicionalmente, a mineradora será responsável por gerar aproximadamente 870 postos de trabalho diretos e gastar US$ 677 milhões (R$ 3,5 bilhões) em aquisições de bens e serviços no Brasil no decorrer da vida útil do empreendimento.

“Este estudo marca um importante marco de desenvolvimento, confirmando os fortes resultados de nossa PEA (Estudo de Avaliação Preliminar) no final de 2023 e solidificando nosso caminho para nos tornarmos um produtor de lítio no curto prazo”, destacou o CEO da mineradora canadense, Blake Hylands, P.Geo. “Além disso, descreve os impactos positivos significativos que a Bandeira terá através do emprego, das contribuições fiscais e das compras locais”, enfatizou.

Próximos passos em direção à produção de lítio

Segundo o executivo, agora, a empresa pretende avançar para a fase de engenharia básica para otimizar mais os custos de capital e operacionais. Ele disse que análises de compensação serão realizadas para maximizar eficiência operacional e o valor do projeto antes da engenharia detalhada. O CEO reiterou que o foco de desenvolver o Bandeira rumo à produção continua, mesmo que a companhia também siga entusiasmada com as outras oportunidades na região.

No fim de 2023, a Lithium Ionic iniciou os procedimentos para o licenciamento do Bandeira. O próximo grande marco neste processo, de acordo com a mineradora, será a aprovação da Licença Ambiental Concomitante (LAC), prevista para o começo do terceiro trimestre deste ano. Embora não detalhe o cronograma completo, a empresa prevê operar em Minas Gerais já em 2025.

Pegada ambiental e acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais

Ainda conforme a Lithium Ionic, o plano de desenvolvimento do Projeto Bandeira contempla uma operação de mineração subterrânea com um circuito de processamento simples para otimizar as recuperações e minimizar o impacto no meio ambiente e nas comunidades locais. Além disso, por razões ambientais e de segurança, a mina utilizará a disposição de resíduos empilhados a seco, o que, entre outros benefícios, reduzirá o uso de água e facilitará a reabilitação do local.

Com o compromisso de ter uma operação sustentável, a empresa fechou, recentemente, um contrato com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O acordo garante que o futuro empreendimento será alimentado por energia hidrelétrica da estatal e de baixo custo.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas