Log transfere participação societária no Parque Torino
Com vacância em patamares mínimos e inadimplência extremamente reduzida. É neste cenário que a Log Commercial Properties, vem ‘surfando’ no mercado. Mineira, a companhia que é um dos principais players de desenvolvedoras e locadoras de galpões logísticos, prevê encerrar o ano com 100% de ativos locados. Prova disso é que nesta semana, a empresa vendeu a sua parte societária no Parque Torino, na ordem de R$ 120,3 milhões.
O condomínio logístico de locação de galpões para atacado e varejo, indústria e transportadoras, está situado na BR 381, altura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.O valor equivale a 70% do preço total do ativo, que corresponde a aproximadamente R$ 170 milhões. Há ainda uma parcela remanescente de 30% que será paga mediante o cronograma estipulado no contrato de aquisição. Já a nova empresa que detém esses direitos é a companhia CSHG Logística, instituição que opera com fundos de investimentos imobiliários.
De acordo com o CFO e diretor de Relações com Investidores da LOG, André Vitório, essa operação reforça a estratégia da empresa em reciclar parte do portfólio, pretendendo continuar abordando essa estratégia que compõem o modelo de negócios. “No momento em que isso foi realizado no mercado, o tamanho da transação, as condições e até mesmo o próprio comprador, vivencia a própria capacidade que a LOG tem em gerar valor através dos ativos que ela constrói e desenvolve, dado à alta qualidade dos ativos que mostram uma atratividade grande no mercado”, pontua.
André Vitório destaca que diante das receitas de aluguel apuradas pela própria empresa, a vacância da companhia é de aproximadamente 2% ao longo dos últimos trimestres de 2022. Ele explica que, em comparação com o mercado, onde a vacância está em torno de 10% e 11%, a vacância institucional é reflexo do aumento da qualidade dos ativos. “As receitas têm sido muito boas neste período, e a LOG não tem ativo ocioso hoje”, declara.
Diante da boa performance no mercado, a empresa prevê encerrar este ano com o mesmo otimismo apresentado ao decorrer do desempenho obtido em 2021. O executivo explica que as entregas vão sendo realizadas neste ano com os ativos totalmente locados, e com uma vacância muito baixa. Esse fato ocorre já dentro do esperado para o período, mostrando um movimento também similar, ou seja, de vacância reduzida aos ativos em operação. “Com um cenário em perfeitamente andamento, com todos os ativos locados, essa tendência compõe essa perspectiva de resultados para este fim de segundo semestre”, avalia.
“O que nós temos hoje previsto em relação à construção seria um total de 1,5 milhão de metros quadrados de área bruta locável. Esse plano de crescimento é desenvolvido em ativos, e que vem sendo executado conforme o que já havíamos previsto. Quando começamos o plano tínhamos como meta 1 milhão de metros quadrados de ABL. No entanto, em meados de 2021, fizemos uma revisão para dentro do nosso planejamento com foco entre os anos de 2020 e 2024, contando, portanto, com um espectro de todos por 1,5 milhão. Nesse sentido, prevemos que ele seja concluído também dentro desse mesmo planejamento já revisto”, ressalta o CFO.
Somente no primeiro semestre deste ano, a LOG conseguiu entregar 240 mil metros quadrados à disposição do mercado. Deste volume, 100% deles foram locados. Já nos últimos 20 meses, a companhia registrou uma concentração de aproximadamente R$ 1 bilhão em ativos, com uma margem de 40%.
Segundo Vitório, a tendência é que com o planejamento estratégico da empresa para reciclagem, a organização continue com este capex ao longo do ciclo de crescimento de todos por 1,5 milhão de metros quadrados.“A nossa estratégia é continuarmos a efetuar essa reciclagem como parte do nosso modelo de negócio, e pretendemos que isso seja frequente”, observa.
Em termos de fechamentos, o segundo trimestre da LOG, teve como receita líquida, um saldo na ordem de R$ 54 milhões, representando um relevante crescimento de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida – ou Ebitda, em inglês), alcançou no segundo trimestre R$ 147 milhões, representando um aumento de 91%. Essa comparação está relacionada ao mesmo período do ano passado.
Mercado
Com o resultado positivo, o executivo crê que o cenário segue favorável para o setor logístico brasileiro, podendo se manter em crescimento para os próximos meses. “Eu vejo como um mercado crescente, que se propõe a suprir a baixa infraestrutura que encontramos em relação à logística no território nacional, principalmente diante do e-commerce. Os galpões logísticos vêm sendo instalados ao longo do território nacional, sendo a LOG a principal protagonista desta expansão. Desta forma, vejo que o mercado está numa posição favorável, observando que ele cresceu bem nos últimos anos, e continuará crescendo nos anos seguintes ”, destaca.
Atualmente, a companhia conta com oito obras sendo realizadas pelo País. Dentre elas, há estruturas sendo edificadas em Fortaleza, capital do Ceará; Salvador, na Bahia; Recife em Pernambuco; Rio Janeiro, capital carioca; São Paulo, capital paulista, além de um empreendimento situado na Cidade industrial de Contagem, município da região metropolitana de Belo Horizonte. “Hoje, temos 39 operações, mas destaco que quatro operações estão funcionando no Nordeste e temos mais outras quatro obras em andamento naquela região. Isso mostra que estamos presentes nas grandes cidades brasileiras. E, especificamente no Nordeste, estarmos nestas grandes regiões metropolitanas faz sentido pela grande força que o Nordeste tem, e pelo crescimento que vem proporcionando ao setor de logística”.
Minas Gerais
Para André Vitório, o Estado de Minas Gerais possui a melhor ocupação em galpões logísticos do País. Praticamente 100% destes galpões em território mineiro estão ocupados. Ele explica que este nível de ocupação, reflete na representatividade que o Estado possui economicamente e logisticamente no País.
Segundo uma pesquisa realizada pela SDS Properties, Minas Gerais é o terceiro maior mercado em volume de galpões logísticos do Brasil. O Estado conta com uma participação de 9,66% do estoque nacional, e com 22 milhões de metros quadrados. A mesma pesquisa ainda revela que o crescimento se dá diferentemente do mercado nacional, em virtude de que em Minas Gerais a realidade de impacto do e-commerce já é sentida desde 2016. Essa tendência proporcionou ao Estado as primeiras empresas, cujas instalações foram sendo feitas em Extrema, cidade do Sul de Minas, considerado o case da logística nacional.
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