Lucro líquido da Usiminas recua 77% no 2º trimestre

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) registrou lucro líquido de R$ 1,06 bilhão no segundo trimestre de 2022, queda de 77% sobre os R$ 4,54 bilhões apurados na mesma época do ano passado. Em relação aos três meses anteriores (R$ 1,26 bilhão), o recuo foi de 16%. A companhia associou o resultado a perdas cambiais registradas no encerramento do trimestre, que foram parcialmente compensadas pelo melhor resultado operacional.
A receita líquida da siderúrgica totalizou R$ 8,53 bilhões no segundo trimestre, com retração de 11% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre (R$ 7,84 bilhões), houve alta de 8,74%. Já o Ebitda (lucro sem descontar impostos, juros e amortizações) somou R$ 1,93 bilhão, queda de 62% na comparação anual e aumento de 24% sobre o período imediatamente anterior.
O vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Usiminas, Thiago Rodrigues, destaca que a margem Ebitda Ajustada ficou em 22,7% no último trimestre frente aos 19,8% nos primeiros três meses de 2022. E defende que o indicador mostra a eficiência e o resultado das operações da empresa, bem como a geração de caixa. Por isso, a Usiminas avalia que vem alcançando bons resultados no exercício.
“Precisamos lembrar que o ano passado foi um período excepcional, vindo do pior momento da pandemia, quando a atividade econômica ficou muito prejudicada. Em 2021 tivemos uma retomada muito forte com a recomposição dos estoques e, por isso, os efeitos em volumes e preços foram muito relevantes. Foi um ponto fora da curva, e qualquer comparação com o período torna-se prejudicada”, argumenta.
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Resultados operacionais
As vendas totais de aço da Usiminas chegaram a 1,08 milhão de toneladas no segundo trimestre deste ano. Deste total, 87% foram destinados ao mercado interno e 13% às exportações. Três meses antes, estes percentuais haviam sido de 76% e 24%, respectivamente. Já um ano antes: 95% e 5%.
O volume comercializado no trimestre caiu nas duas bases de comparação. No trimestre anterior, havia somado 1,13 milhão de toneladas, e em igual época do ano passado, 1,31 milhão de toneladas. Para o terceiro trimestre de 2022, a companhia informou em fato relevante que espera vendas entre 950 mil toneladas e 1,05 milhão de toneladas.
“O primeiro semestre foi bom, com demanda estável e preços em patamares muito bons. Agora iniciamos o segundo com expectativa de estabilidade, mas com cautela”, diz em referência aos preços que começaram a cair nos últimos 45 a 60 dias.
Em termos de produção, a usina de Ipatinga, no Vale do Aço, totalizou 671 mil toneladas de aço bruto entre abril e junho, com queda de 0,9% quando comparada aos três primeiros meses do ano. Já a produção de laminados das usinas de Ipatinga e Cubatão totalizou 1,07 milhão de toneladas, com redução de 1,7% na comparação com o acumulado de janeiro a março.
Além disso, foram processadas 482 mil toneladas de placas adquiridas, queda de 26% na comparação anual.
Na Mineração Usiminas, o volume de produção no último trimestre atingiu 2,3 milhões de toneladas, aumento de 35% quando comparado aos números do primeiro trimestre, representando uma retomada nos níveis de produção. O vice-presidente lembra que o início do ano foi fortemente impactado pelas chuvas, com paralisação temporária das operações.
O volume de vendas da unidade de negócios atingiu 2,38 milhões de toneladas, com alta de 48% quando comparada ao trimestre anterior e de 16% sobre o ano passado.
Retomada do alto-forno 2
Segundo a Usiminas, o capex somou R$ 428 milhões entre abril e junho. O montante superou em 28% o volume da mesma época de 2021. Ainda sobre investimentos, a siderúrgica também informou via fato relevante que a retomada do alto-forno 2 da usina de Ipatinga está prevista para outubro, mediante investimentos de R$ 35 milhões. O equipamento está paralisado desde setembro do ano passado.
Com capacidade de 660 mil toneladas/ano, a produção do alto-forno 2 será destinada à formação de estoque de placas, tendo em vista a expectativa de parada do alto-forno 3 prevista para abril de 2023 para reforma. Esta por sinal, segue estimada em R$ 2 bilhões, gerando 8 mil vagas de trabalho na região e deverá ocorrer entre abril e junho do ano que vem.
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