Lula enfatiza que é preciso o mundo se unir para acabar com a fome no planeta

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou nesta segunda-feira (18) que é preciso o mundo se unir para acabar com a fome no planeta, durante o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A afirmação foi realizada momentos antes do início da primeira sessão de discussões de líderes do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), que ocorre nesta segunda e na terça-feira (19), no Rio de Janeiro.
“Se assumirmos a responsabilidade do combate à fome e à pobreza, conseguiremos ter sucesso”, afirmou o presidente do Brasil.
O chefe do Executivo agradeceu a “generosidade” dos presentes, que, segundo ele, está transformando o Rio de Janeiro na “capital do mundo” neste dia 18 de novembro. “É muito importante o que vamos discutir daqui e eu tenho certeza que, se nós assumimos a responsabilidade nesse assunto da fome e da pobreza, nós poderemos ter sucesso em contê-lo.”
O presidente enalteceu as qualidades do Rio de Janeiro, lembrando que o município é conhecido como “cidade maravilhosa”. “De um lado, a beleza exuberante da natureza, sob os braços abertos no Cristo Redentor, um povo diverso, vibrante, criativo e acolhedor. De outro, injustiças sociais profundas. O retrato vivo de dificuldades históricas e persistentes.”
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Lula lembrou que esteve na reunião do G20 durante a crise financeira internacional de 2008 e 2009. Dezesseis anos depois, de acordo com ele, as coisas não melhoraram.
“Constato com tristeza que o mundo está piorando, há um maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já existente. Os fenômenos mais extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta”, citou o presidente brasileiro.
Aliança contra fome tem adesão de 81 países
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que ocorreu na manhã desta segunda, e conta com adesão de 81 países e 66 organizações, será o maior legado da presidência do Brasil à frente da cúpula de líderes das 20 maiores economias do globo (G20). O presidente brasileiro disse que espera que a cúpula seja marcada pela “coragem de agir”.
“Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este será o nosso maior legado”, afirmou Lula, durante evento de lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e abertura da 1ª Sessão da Reunião de Líderes do G20: Combate à Fome e à Pobreza.
O evento ocorreu nesta segunda-feira no Museu de Arte Moderna (MAM) no Rio de Janeiro.
Na avaliação de Lula, combater a fome e pobreza não se trata “apenas de fazer justiça”. “Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz”, disse. “A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir. Por isso quero declarar oficialmente lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, finalizou.
No discurso, Lula anunciou a adesão de 81 países à Aliança Global. Este talvez seja o único que tenha algum avanço concreto A tendência é de resultados tímidos nas duas outras frentes, como mudanças climáticas, inclusão social, taxação dos super-ricos, transição energética e reforma da governança global.
No discurso da abertura do G20, Lula chama a atenção para mudanças climáticas
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chamou atenção para as mudanças climáticas em seu discurso de abertura da cúpula do G20. “Os fenômenos climáticos mostram os efeitos devastadores em todos os cantos do planeta”, disse Lula na plenária.
Após a rápida menção ao clima, ele falou de questões sociais. “Igualdade social e de gênero se aprofundam na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas”, afirmou, mencionando os efeitos da pandemia e o aumento da pobreza. O número de pessoas malnutridas equivale a populações somadas de países como México, Reino Unido, África do Sul e Canadá.
“São mulheres, homens e crianças cujo direito à vida e à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados”, afirmou Lula.
O presidente brasileiro ressaltou que a economia mundial produz quase 100 milhões de toneladas de alimentos por ano, é inacreditável” que ainda existam tantas pessoas que passam fome. O mesmo vale para os gastos militares, que superam US$ 2 trilhões no mundo por ano, enquanto milhões de pessoas não têm acesso à comida.
“A fome é produto de decisões políticas que perpetuam exclusão de parte da humanidade”, disse ele.
Reportagem distribuída pela Estadão Conteúdo
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