Mercado livre de energia tem 53% do consumo do estado de Minas Gerais
Mais da metade da energia elétrica consumida mensalmente em toda Minas Gerais é proveniente do mercado livre (ACL). Segundo dados do Boletim de Energia Livre, da Associação Brasileiras dos Comercializadores de Energia (Abraceel), cerca de 53% do consumo total demandado no Estado vem de unidades consumidoras livres (CCEE), que negociam a eletricidade fora do mercado regulado (ACR).
O Estado tem atualmente 3.577 unidades consumidoras. Somente no primeiro trimestre de 2024, 305 novos consumidores ingressaram no ambiente de contratação livre em Minas. Entre este ano e o próximo, serão ao todo 1.425 novas CCEE mineiras. Este número pode aumentar caso novos consumidores faça a denúncia do contrato com as distribuidoras tradicionais.
O presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira, conta que a migração de consumidores para o mercado livre de energia ocorre em velocidade acelerada. “Há um grande movimento de empresas de menor porte migrando para o mercado livre de energia”, disse.
O presidente faz referência principalmente pela entrada em vigor da Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia (MME). A medida concedeu o direito de escolher o fornecedor de energia elétrica a todos os consumidores do Grupo A, composto por aqueles que são atendidos em média e alta tensão, a partir de janeiro.
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“Nossa expectativa é que esse movimento cresça, na medida em que outros consumidores tenham conhecimento sobre o mercado livre de energia, principalmente os benefícios, que incluem preços mais baixos, melhores serviços, produtos diversificados, possibilidade de comprar energia renovável e aumentar a eficiência do negócio”, declara Ferreira.
Os dados da Abraceel mostram que, em 2023, à frente de Minas Gerais, somente o Pará teve percentual maior da eletricidade demandada mensalmente proveniente do ACL, com 55%. Os dois estados são seguidos por Paraná (43%), Maranhão (43%), São Paulo (39%), Santa Catarina (37%), Bahia (36%) e Rio Grande do Sul (34%).
Mercado livre impulsiona energia renovável e fatura R$ 100 bi
O mercado livre no País tem se destacado também na utilização de fontes renováveis. No passado, o ACL absorveu 49% da energia gerada por usinas eólicas, 59% das usinas solares centralizadas, 77% das usinas a biomassa e 58% das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Grande parcela do consumo do mercado livre é atendido também por grandes hidrelétricas (UHEs), o que faz com que praticamente toda a matriz do ambiente livre seja renovável.
A atividade de comercialização de energia no Brasil registrou um faturamento exclusivo de aproximadamente R$ 100 bilhões. Este valor não considera impostos, encargos e tarifas de uso do sistema de distribuição e transmissão.
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