Economia

Mercado de loteamentos de Minas Gerais apresenta crescimento de 25% em 2024

As estimativas apontam para um valor geral de vendas de R$ 2,5 bilhões no ano passado
Mercado de loteamentos de Minas Gerais apresenta crescimento de 25% em 2024
Crédito: Jomar Bragança

O mercado de loteamentos em Minas Gerais encerrou o ano de 2024 em alta, consolidando-se como um dos mais estáveis e promissores do Brasil. Estimativas do Estudo de Mercado de Loteamentos apontam para R$ 2,5 bilhões de valor geral de vendas (VGV) e R$ 2,3 bilhões em valor geral de lançamentos (VGL) no setor ao longo do último ano.

De acordo com a Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG), entidade responsável pela pesquisa, esses valores evidenciam o desempenho positivo do mercado mineiro. Minas é considerado um dos mercados mais importantes do setor e vem se destacando nesse contexto.

O levantamento aponta que os lançamentos de loteamentos fechados no terceiro trimestre de 2024 triplicaram em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 225 para 938 lotes lançados. Isso representa um avanço de 316,9% e indica uma valorização do lote no mercado.

O fundador e presidente da Aelo-MG, Flávio Guerra, relata que o mercado mineiro de loteamentos tem se destacado nos últimos anos, principalmente, após o período da pandemia de Covid-19, registrando forte valorização e aumento de vendas. Ele destaca que em 2024 o setor registrou um avanço de quase 25% no VGV vendido frente ao registrado no ano anterior. Segundo ele, isso demonstra a pujança do mercado em Minas.

Porém, Guerra pontua que o setorainda sofre com um baixo volume de lançamentos no Estado. Apesar da melhora observada no ano passado, o mercado em Minas Gerais segue com patamar longe do ideal. “Nós ainda não temos um volume de lançamentos suficiente para absorção do mercado, que ainda está com uma alta demanda”, completa.

O dirigente lembra que o estoque regulador em Minas chegou a ser de apenas sete meses no segundo trimestre de 2024. Atualmente, o indicador está em 11 meses, três abaixo do mínimo aceitável no mercado, que é de 14 meses. “Isso significa que se não tiver nenhum lançamento em Minas Gerais, em tese, o estoque termina em 11 meses”, explica.

Para o especialista, uma das grandes demandas é a melhora do ambiente regulatório, que envolve aprovações e licenciamentos. Ele defende que o prazo praticado para aprovação dos projetos é muito longo, podendo chegar a sete anos de duração, o que gera muitos problemas para o setor de loteamentos.

Sete Lagoas - Jardim da Serra
Foto: Grupo Epo/Divulgação

Expectativa de crescimento para 2025

Quanto às expectativas para 2025, Guerra acredita que seja um ano promissor para o mercado de loteamento e desenvolvimento urbano, diante da demanda reprimida. Mas ele ressalta que tudo dependerá das aprovações de projetos.

“Eu acredito que, em 2025, nós teremos todas as condições de superar esse crescimento de 25%, registrado no ano passado. Essa é a visão, crescer, ao menos, no mesmo nível que no ano passado, que já seria um bom avanço”, declara.

Além disso, o presidente da Aelo-MG aponta que fatores macroeconômicos como a alta taxa de juros podem impactar o desempenho do segmento de incorporação vertical, causando uma migração dos consumidores para o mercado de loteamentos.

“Como as loteadoras atuam como o ‘banco do cliente’, oferecendo financiamento próprio e sem mudança de preço, o consumidor acaba comprando da mesma forma que comprava antes”, relata.

O especialista destaca o perfil patrimonialista dos mineiros, principalmente do interior, que tende a apostar na aquisição de imóveis e terrenos em período de incertezas no mercado. “Ele (o mineiro) sabe que o imóvel é um investimento e uma garantia real. A questão do lote é vista como uma segurança para o investidor”, completa.

Sustentabilidade como tendência para o futuro

Guerra aponta que uma das tendências para 2025, assim como para os próximos anos, é o aumento da importância de temas como a sustentabilidade no mercado de condomínios fechados. Ele afirma que cada vez mais clientes estão atentos a fatores ligados a um novo modelo de urbanismo, que coloca o meio-ambiente e as pessoas no centro do projeto.

O especialista destaca que a tendência é de empreendimentos que possuem muitas praças e áreas de lazer para fomentar o convívio entre vizinhos. Além da adoção de uma iluminação de LED e demais projetos diferenciados. “Eu acho que isso está sendo cada vez mais discutido e sendo aplicado em projetos de loteadores que possuem essa visão mais moderna”, avalia.

Ele relata que esse conceito já está sendo aplicado em muitos países da Europa, assim como em alguns estados brasileiros, como é o caso de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e na região Nordeste.

“Os clientes estão cada vez mais preocupados com a origem da madeira, por exemplo. A origem das coisas está sendo cada vez mais valorizada e os clientes estão mais preocupados em saber se aquilo que ele está comprando é algo sustentável e perene”, afirma.

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