MG deve fechar ano com alta na venda de usados

11 de dezembro de 2021 às 0h29

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Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

A venda de veículos seminovos e usados, em Minas Gerais, vai encerrar 2021 em alta. De janeiro a novembro, a comercialização dos veículos cresceu 16% sobre o mesmo período de 2020. Em novembro, frente a outubro, as vendas ficaram estáveis, com pequena retração de 0,2%. Já na comparação com o 11º mês de 2020, foi verificada queda de 19,8%, período em que as vendas estavam bastante aquecidas em função dos juros mais baixos e da maior necessidade da população em adquirir um veículo próprio e evitar o transporte público. Com a oferta de veículos novos em baixa, já que a falta de componentes tem impactado a produção, a tendência é de que o mercado de usados siga aquecido.

De acordo com o diretor de Planejamento e Marketing da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg) e diretor comercial da AutoMaia Veículos, Flávio Maia, a demanda pelos veículos usados vem sendo impulsionada pelo avanço do processo de vacinação contra a Covid-19 e a maior confiança das famílias em voltarem à rotina de antes da pandemia. 

“As pessoas estão mais confiantes com a vacinação e querem aproveitar para sair de férias, passear com a família, sem deixar de lado a segurança. Muita gente tem evitado as viagens aéreas, para escapar do risco de contaminação, e prefere ir de carro, que garante mais privacidade. Então, a demanda por seminovos está muito aquecida”, disse.

Além disso, outro fator que tem impulsionado a demanda é a falta de oferta de veículos novos no mercado. O desabastecimento de componentes e peças vivido pelas montadoras tem limitado a produção e alavancado a procura pelos seminovos e usados.

Maia explica que veículos seminovos estão ocupando o lugar dos modelos zero, que estão com baixa oferta. Com procura em alta, na contramão do mercado tradicional, em que o automóvel perde entre 15% a 20% do valor após um ano de uso, há modelos com valorização de mais de 20%.

O momento também é considerado excepcional para quem pensa em vender, já que os estoques nas lojas estão 50% menores.

“Muitos clientes nos procuram para fazer um downgrade, ou seja, pegar um carro mais novo, mais econômico por causa dos aumentos da gasolina, com preço excepcional e em excelentes condições. É aproveitar a oportunidade, porque o problema dos fabricantes com a falta de semicondutores deve continuar em 2022”, disse Maia.

Conforme os dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), nos primeiros 11 meses de 2021, a venda de veículos usados e seminovos em Minas Gerais totalizou 1.710.580 unidades, superando em 16% o volume comercializado em igual intervalo de 2020, que era de 1.474.759 unidades.

Somente em novembro, foram comercializadas 136.819 unidades, volume apenas 0,2% inferior a outubro, quando as vendas somaram 137.151 veículos. Em relação ao 11º mês de 2020, quando somaram 170.519 unidades vendidas, a queda ficou em 19,8%. 

No Brasil, foi registrada variação negativa de 0,3% em relação a outubro, com um total de 1.165.436 veículos comercializados, contra 1.168.479 no mês anterior. O acumulado comercializado até o final de novembro ficou 23,9% superior ao mesmo período de 2020, chegando a 13.905.124 de veículos contra 11.224.856 no ano passado. A previsão da entidade é de que o ano feche próximo a 15 milhões de veículos seminovos e usados comercializados.

Em nota, o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, explicou que o mês de novembro ainda mostrou impactos da pandemia de Covid-19. 

“O resultado ligeiramente negativo é reflexo das incertezas em relação à saída da pandemia, à taxa de juros, à oferta de crédito mais seletivo, à preocupação com o rigor fiscal, entre outros fatores. Em dezembro de 2019, antes da pandemia, registramos algo em torno de 14,5 milhões de vendas e já estamos próximos de alcançar esse volume. Temos uma expectativa de superar esse total e chegarmos próximos a 15 milhões até o final do ano”, disse.

Stellantis estima avanço no mercado de leves em 2022

São Paulo – As vendas do mercado brasileiro de veículos leves em 2022 devem crescer cerca de 10%, para em torno de 2,4 milhões de unidades, estimou na sexta-feira (10) o presidente da Stellantis para América do Sul, Antonio Filosa.

“Não vejo porque não poderíamos pensar, talvez, em um mercado pouco abaixo de 2,5 milhões (de unidades)”, afirmou o executivo a jornalistas. “Pode ter algum obstáculo novo, mas, neste momento, espero 2,4 milhões, 2,45 milhões, que é um crescimento de mais ou menos 10% sobre este ano”, acrescentou.

A companhia, formada neste ano pela junção das marcas da Fiat Chrysler com as da PSA, viu nesta semana o retorno à sua principal fábrica no País, em Betim, de 970 funcionários que estavam em layoff desde 4 de outubro.

Filosa afirmou que o ritmo da demanda aliado a soluções de problemas no fornecimento de autopeças para o setor automotivo global permitiu o retorno dos funcionários e que os 1.800 restantes afastados no início de outubro podem ser reincorporados à fábrica em 2022. A unidade emprega 13 mil trabalhadores diretos e 3 mil indiretos.

“Seguramente 2022 vai ser um ano melhor do que este…A América do Sul sempre representa desafios, mas enxergo sinais claros que justificam o otimismo”, disse o executivo.

Segundo ele, a Stellantis conseguiu neste ano ganhar de 2 a 2,5 pontos percentuais em participação de mercado no Brasil, de rivais que tiveram mais dificuldades no fornecimento de autopeças para manter a produção, algo que não pretende perder quando da normalização da atividade dos concorrentes.

Para isso a empresa tem mantido os lançamentos de novos modelos, que incluiu neste ano o primeiro utilitário esportivo (SUV) da marca Fiat feito no País, o “Pulse”, e o SUV de grande porte Commander, da Jeep, além da versão automática da picape Nova Strada, na sexta-feira. Para 2022, um novo utilitário da Fiat a ser produzido no País será lançado, disse Filosa.

“Quero que os novos modelos consigam compensar esse ganho temporário de market share na gestão do fornecimento em relação aos competidores”, afirmou o executivo. “Nossa carteira de encomendas é robusta, continua crescendo em velocidade muito forte”, acrescentou sem dar números.

Questionado se a empresa terá ter lucro na região neste ano, em meio às dificuldades com a Covid-19 e problemas na oferta de componentes, Filosa preferiu não comentar, mas afirmou que em 2020 a empresa teve um resultado de break-even (equilíbrio), pressionado pela pandemia, e “neste ano fomos melhores”. (Reuters)

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