Micro e pequenas empresas mineiras criam 65% das vagas de emprego em janeiro no Estado

Minas Gerais registrou saldo positivo na criação de vagas de empregos no primeiro mês de 2025. Foram mais de 4 mil vagas criadas em janeiro no Estado, resultado de 236.381 admissões e 232.341 desligamentos no período. As micro e pequenas empresas (MPEs) puxaram o número para cima, já que o setor foi responsável por 65,3% das vagas de emprego criadas. O levantamento foi realizado pelo Sebrae Minas, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“Esse não é um fato isolado. As micro e pequenas empresas são muito expressivas e empregam quase 60% de toda a força de trabalho, que está nos pequenos negócios. Quando a gente vai avaliar o fluxo de entrada e saída de novos trabalhadores no mercado de trabalho formal, as micro e pequenas empresas têm essa tendência de um nível maior de empregabilidade”, conta a analista do Sebrae Minas Bárbara Castro.
Na análise por regiões de Minas Gerais, de acordo com classificação do Sebrae Minas, as micro e pequenas empresas mineiras registraram maior geração de emprego nas regiões Triângulo (1.967 novos postos), Noroeste e Alto Paranaíba (886) e Centro (884). Já as regiões Rio Doce e Vale do Aço (-1.252), Jequitinhonha e Mucuri (-312) e Norte (-169) tiveram retração no número de vagas.
“A gente percebe que as micro pequenas empresas são um pilar importante na questão da geração de emprego e renda não só no País, mas aqui no nosso Estado também. É por conta disso que a gente atribui esse comportamento”, ressalta Bárbara Castro.
Saldo de vagas de emprego é positivo, mas em número menor
Os números do Caged mostram também que o saldo de novas vagas no primeiro mês deste ano caiu 66,9%, saindo de 12.193 para 4.040 novas vagas, em comparação com janeiro de 2024. A analista do Sebrae Minas explica a expectativa para os próximos meses.
“O mercado de trabalho formal brasileiro segue resiliente, com bons resultados. Contudo, outros dados conjunturais reforçam a tendência de desaceleração na economia, repercutindo no emprego. A taxa de desocupação, por exemplo, ficou em 6,5% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, ou seja, acima dos 6,2% apurados no trimestre anterior (encerrado em outubro de 2024). Essa é a segunda alta consecutiva do indicador, depois de registrar o menor patamar da série histórica (iniciada em 2012), no trimestre encerrado em novembro do ano passado (6,1%)”, detalha.
Os destaques no saldo de emprego foram observados na Indústria da Transformação (3.122), na Construção Civil (2.126) e na Agropecuária (1.273). Na contramão, o setor de Comércio foi o único a registrar saldo negativo em janeiro deste ano (-4.334).
“Desde o ano passado, o mercado de modo geral já vem alertando para um movimento de desaceleração econômica. Mas a boa notícia é que o mercado de trabalho continua gerando vagas a mais. A gente trata do saldo, que nada mais é que a diferença entre as contratações e as demissões, então o saldo continua positivo, está contratando mais do que demitindo. A gente espera continuar no ritmo positivo, como tem mantido, só que não com tanta força quanto no ano passado”, destaca Bárbara Castro.
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