Minas Gerais atraiu quase R$ 5 bilhões em aportes da indústria de eletroeletrônicos

Nos últimos cinco anos, Minas Gerais atraiu quase R$ 5 bilhões em investimentos da indústria de eletroeletrônicos, setor que segue com um crescimento significativo no Estado e prevê encerrar 2024 com alta de 11,5% no faturamento em comparação a 2023.
As informações são do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, e pelo presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sinaees), Alexandre Magno D’Assunção Freitas.
Conforme o gestor público, entre os aportes atraídos pelo Estado, estão o da Midea, que investiu R$ 630 milhões em uma fábrica de eletrodomésticos em Pouso Alegre, inaugurada recentemente, e o da Nansen, que investirá R$ 265 milhões em uma nova unidade em Minas Gerais para produção de transformadores e em um centro de pesquisa e desenvolvimento.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, o Estado tem se consolidado na atração de investimentos devido à melhoria do ambiente de negócios e a propensão do Estado em ser mais amistoso com empreendedores. Ele ressalta que os resultados podem ser ainda melhores se a infraestrutura progredir.
“Na medida em que a infraestrutura for melhorando, como na energia elétrica, com os investimentos da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), e nas rodovias, com as concessões e licenciamentos, essa dinâmica tende a aumentar nos próximos anos”, pontua.
Setor está voando em “céu de brigadeiro”, mas teme reforma tributária
A indústria mineira de eletroeletrônicos está voando em “céu de brigadeiro” e, pelo terceiro ano consecutivo, deve crescer mais do que a média nacional, de acordo com Freitas.
No Brasil, o aumento projetado para o faturamento é de 11%, diz o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. Ele ressalta que parte do crescimento é uma recuperação de 2023, quando houve queda de 6%.
Para 2025, Barbato prevê um acréscimo real no valor faturado nacionalmente pelo setor de eletroeletrônicos de 3% a 4%. Já o presidente do Sinaees afirma que as expectativas da atividade em Minas Gerais estão atreladas, principalmente, a reforma tributária.
“Se conseguirmos aprovar uma reforma tributária que não prejudique o setor como está se desenhando que vai prejudicar, temos tudo para crescer bastante em 2025”, sublinha Freitas.
“Agora, se o governo federal não mudar a postura e não apresentar um caminho plausível para a indústria eletroeletrônica estamos prevendo até recessão”, complementa.
O presidente-executivo da Abinee explica que as mudanças que foram feitas no Senado na regulamentação da reforma tributária criaram um diferencial de competitividade “absurdo” para a Zona Franca de Manaus, com potencial de prejudicar a indústria do País inteiro.
“Esse é o nosso grande desafio para 2025. A reforma é muito importante e somos totalmente favoráveis a ela, mas tem que ser uma reforma equilibrada para que não se tenha, eventualmente, desajustes em relação à produção no Brasil”, enfatiza Barbato.
“Queremos que a Zona Franca de Manaus continue existindo com a competitividade necessária e não além, porque isso vai forçar as indústrias a migrarem para Manaus e muitas serão capazes até de fecharem as portas, pois não tem interesse em ir para lá”, completa.
Nova diretoria do Sinaees toma posse
Passalio, Roscoe, Freitas e Barbato estiveram reunidos, nesta terça-feira (17), em um almoço de confraternização do setor de eletroeletrônicos em Belo Horizonte.
Durante o evento, foram homenageados os destaques da indústria eletroeletrônica de Minas Gerais de 2024 nas categorias Empresarial, Setorial, Institucional e Personalidade do Ano.

O encontro também marcou a posse da nova diretoria do Sinaees, eleita para o triênio 2025-2027, cujo presidente será Tasso Galhano, atual vice-presidente do sindicato.
“Para o futuro do sindicato, eu acredito em mais união do setor, aproximação de outras entidades e fortalecimento ainda maior da indústria eletroeletrônica”, projeta Galhano.
“Eu vejo a indústria eletroeletrônica como uma base de tudo que se discute hoje. Se fala muito em indústria 4.0, internet das coisas, inteligência artificial, e a indústria eletroeletrônica não é a protagonista, é a plataforma para que tudo seja possível”, destaca.
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