Minas Gerais é destaque no setor de cooperativismo de crédito

Aumentar a representatividade das cooperativas de crédito em Minas Gerais e no Brasil é um dos objetivos do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), que está sendo realizado em Belo Horizonte de 7 a 9 de agosto, no Expominas. O setor, que fortalece e dá suporte às necessidades de mais de 17,3 milhões de cooperados no Brasil, já cresce mais que o sistema financeiro tradicional e espera manter o crescimento nos próximos anos, superando a casa dos 20%.
O panorama foi dado ao Diário do Comércio, pelo presidente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), Moacir Krambeck, que realiza o evento com correalização do Sicoob. De acordo com ele, Minas é essencial para este avanço. “Minas Gerais é um ícone. Temos aqui o maior número de cooperativas entre os estados brasileiros e podemos expandir muito mais. A população é muito maior e a representação ainda é pequena. O número é ainda longe do desejado”, comenta Krambeck.
De acordo com os dados do Anuário de Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro de 2024, as cooperativas mineiras cresceram acima da média e lideram o ranking do cooperativismo com mais cooperados e maior valor de volume de negócios. Só no Estado são 182 cooperativas de crédito movimentando cerca de R$ 71 bilhões e empregando cerca de 18,4 mil colaboradores. Ao todo são 2,7 milhões de cooperados entre pessoas físicas e jurídicas. “Com o Congresso, esperamos expandir mais e esperamos que mais pessoas participem”, pontua o presidente da Confebras.
Moacir Krambeck relata que as cooperativas de crédito crescem porque o setor está começando a ser conhecido pela sociedade e atribui ao acesso às informações e ao propósito do cooperativismo, o avanço do setor. “Até pouco tempo, elas eram ilustres desconhecidas. Com os congressos, as reuniões, sobretudo, em pequenos municípios, elas passaram a ser conhecidas e as pessoas passaram a pesquisar sobre elas e se vincularem, principalmente, pelo propósito”, avalia o presidente.
Presente na abertura e representando o governador Romeu Zema (Novo), a secretária-adjunta de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Kathleen Garcia, que também é membro do Conselho Estadual do Cooperativismo (Cecoop) ressaltou o crescimento das cooperativas em mais de 22% e o destaque de Minas com crescimento acima da media nacional. “Nós crescemos juntos e em parceria com o cooperativismo. O modelo corporativista é o que melhor representa o modelo colaborativo de liderança econômica, que promove emprego, que promove dignidade e que permite realização e prosperidade. Somos amigos do empreendedor, Minas recebe de abraços abertos quem empreende e gera emprego”, afirmou.
No setor de cooperativismo de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos em condições mais facilitadas e com menor custo do que o sistema tradicional. “O objetivo delas não é ter lucro, mas sim ser sustentável. Tudo que ‘sobra’ é devolvido ao cooperado”, esclarece.
Dentre os pilares do cooperativismo, os temas do ESG (meio ambiente, social e governança) são premissas abordadas desde sua fundação, porém a Confebras acreditava ser necessário dar um destaque ainda maior e levou a abordagem para o tema central do Congresso: “A sustentabilidade humana e o mundo exponencial: construir o futuro em tempos de transformação”, em consonância também com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“Temas como a governança, o social e o meio ambiente fazem parte do nosso DNA, mas temos que colocá-los em evidência pois o mundo está precisando cada vez mais disso. E o cooperativismo pode ser a alavanca para mudar o cenário do planeta nos próximos anos, pois quando a gente une, a gente consegue transformar. Sozinho a gente não consegue absolutamente nada”, afirmou.
No primeiro dia do evento, o Concred contou com a participação do fundador do Movimento Global em Sustentabilidade, John Elkington. O autor britânico defende o conceito “Triple Bottom Line”, que integra sustentabilidade ambiental, social e econômica como fundamentos essenciais para as empresas.
Nos próximos dias, entre os palestrantes confirmados estão Miguel Falabella, o músico Marco Túlio, Lúcia Helena Galvão, Edney Interney Sousa, Lúcia Barros, Dora Kaufman, Lígia Zotini, Luiz Felipe Pondé, Rony Meisler, Ricardo Rocha e Estevam Sartoreli, que trarão suas experiências e insights sobre diversos temas.
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