Economia

Mercado de frete está aquecido em Minas Gerais

Com 1,7 milhão de fretes, Estado respondeu por cerca 17% do total no País
Mercado de frete está aquecido em Minas Gerais
Média de preço em MG foi de R$ 6,62 em fevereiro de 2024 | Crédito: Paulo Whitaker / Reuters

Com o exponencial crescimento dos negócios gerados de forma on-line, o segmento de frete não fica atrás. São Paulo e Minas Gerais foram os dois estados que mais movimentaram cargas em 2023 na Frete.com., maior plataforma on-line de transporte de cargas da América do Sul. O Estado registrou, aproximadamente, 1,7 milhão de fretes realizados, cerca 17% do total no País, ficando atrás apenas de São Paulo, com cerca de 2 milhões de fretes e 20% dos mais de 10 milhões de transportes feitos pela plataforma no ano passado.

Depois da rota São Paulo/São Paulo, a que mais registrou fretes em 2023 foi entre os municípios de Vespasiano (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e São Paulo, com 12.361, 10% a mais do que no ano anterior (11.285). A rota entre Arcos (Centro-Oeste) e Piracicaba (SP) aparece em seguida, com 11.414 fretes em 2023, aumento de 42% em relação a 2022, quando foram registradas 8.033 cargas transportadas. Logo após se destaca a rota entre Vespasiano e Guarulhos (SP): 10.075 fretes em 2023 contra 7.687 em 2022, alta de 31% no volume dos transportes. 

De acordo com o CEO da Frete.com, Federico Vega, o agronegócio responde por 40% dos produtos transportados; 24% é composto por produtos industrializados e 13% são insumos para construção. “Além de sua representatividade relevante, a construção civil tem o segundo produto mais transportado via Frete.com, que é o cimento. Na análise do volume de fretes do ano passado, o mesmo só ficou atrás dos fertilizantes”, comparou.

De janeiro a junho de 2023, o Brasil produziu 33 milhões de toneladas de cimento, sendo que só em Minas Gerais, de onde saíram as cargas registradas pela Frete.com, foram pouco mais de 10 milhões de toneladas (cerca de um terço da produção nacional). O setor teve um registro de 62 milhões de toneladas vendidas e a tendência para 2024 é que sejam 63,1 milhões, ou seja, 2% a mais do que em 2023.

A região Sudeste é a que mais movimenta cargas, de acordo com a empresa. Foram mais de 10 milhões de fretes em cerca de 6 milhões de rotas diferentes. Em 2023, foram 13.743 fretes em destinos dentro da capital paulista, um aumento de 17% em relação a 2022, quando a plataforma registrou 11.775 fretes.

Ancorado nesse crescimento, Vega aponta que a previsão é que a empresa continue mantendo a alta movimentação de cargas na plataforma neste ano. “Em 2023, o agro também teve grande destaque, mas as projeções com a produção de grãos estão inferiores para este ano, portanto, esperamos que outros setores, como a indústria e construção, possam alavancar os números”, explicou.

Ainda segundo o CEO, com a boa performance dos grandes setores da economia, como agro, indústria e construção, as empresas de transporte estão, cada vez mais, optando pela digitalização do frete, contratando motoristas autônomos para reduzir seus altos custos com o transporte. “Ao utilizar uma plataforma, as empresas conseguem ter uma economia entre 20% e 30% ao realizar um frete, ao invés de realizar o mesmo transporte via frota própria pagando mais por isso”, comparou.

Frete ficou mais caro em Minas Gerais

De acordo com dados da Frete.com, em fevereiro a média do preço do transporte por quilômetro rodado em São Paulo foi de R$ 7,31, enquanto o valor em Minas foi de R$ 6,62. “Em Minas Gerais, houve um pequeno aumento no valor do frete, passando de R$ 6,50 em janeiro para R$ 6,62 em fevereiro. Já em São Paulo, o preço do frete por quilômetro em janeiro foi de R$ 7,32 enquanto em fevereiro foi de R$ 7,31, ou seja, se manteve estável nos dois primeiros meses do ano”, disse o CEO.

O início do ano já se trata de um período com um histórico menor de cargas transportadas. “À medida que os meses vão avançando no primeiro semestre, o volume de fretes vai aumentando e, com mais cargas disponíveis, existe uma maior necessidade das empresas em encontrar caminhoneiros para realizar o transporte. Fator que, consequentemente, faz o preço subir”, avaliou.

Outro fato que pode impulsionar a alta no preço do frete é o seu principal insumo, o diesel. De acordo com Vega, apesar de uma queda no valor do combustível em janeiro, fevereiro registrou as primeiras semanas com valores mais altos. “Se a perspectiva se concretizar e o diesel aumentar, o preço do frete também tende a subir em função da pressão existente pelo repasse do valor”, observou o CEO.

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