Economia

Minas Gerais registra primeira queda na inadimplência de aluguel após três meses de alta

O indicador do Estado segue abaixo da média nacional, que fechou o último mês com uma variação positiva de 3,09%
Minas Gerais registra primeira queda na inadimplência de aluguel após três meses de alta
Foto: Alessandro Carvalho / Arquivo / Diário do Comércio

A taxa de inadimplência de aluguel em Minas Gerais caiu 0,14 ponto percentual (p.p.) em março deste ano, saindo de 2,89%, em fevereiro, para 2,75%. Essa é a primeira queda após uma sequência de três meses de alta na comparação mensal do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica.

Veja os registros de inadimplência dos últimos meses:

  • Março: 2,75%;
  • Fevereiro: 2,89%;
  • Janeiro: 2,8%;
  • Dezembro: 2,6%;
  • Novembro: 2,4%;
  • Outubro: 2,54%.

Dessa forma, o Estado atingiu a menor taxa desde dezembro de 2024, quando o indicador registrou 2,6%. Além disso, o resultado também está abaixo da média nacional (3,09%) e corresponde a uma retração de 0,46 p.p. frente ao observado em março do ano passado (3,21%).

O diretor de negócios para imobiliárias da Superlógica, Manoel Gonçalves, destaca que a taxa de inadimplência em Minas está entre as mais baixas do Brasil, mas isso não deixa de ser um alerta para o Estado.

Gonçalves mostra que a região Sudeste do Brasil fechou o mês com uma taxa de 2,88% de inadimplência de aluguel. Isso representa uma queda de 0,14 p.p. frente ao mês anterior (3,02%). De acordo com o estudo, essa também é a terceira queda consecutiva na região.

“De modo geral, a redução observada em março mostra que os brasileiros estão tentando manter suas finanças equilibradas, ajustando o orçamento sempre que possível, afinal, o aluguel é uma necessidade básica e dificilmente é o primeiro gasto a ser cortado”, avalia.

Segundo o especialista, a queda registrada em Minas Gerais vai de encontro à tendência observada em outros indicadores do mercado; como é o caso do índice da Serasa, que aponta para uma leve retração na inadimplência das famílias brasileiras neste início de ano. “O que pode indicar um esforço das pessoas para reorganizar as finanças após os gastos típicos do início do ano — como impostos, material escolar e despesas sazonais”, completa.

Além disso, ele também menciona os últimos relatórios do Banco Central, que demonstram uma estabilidade ou queda moderada na taxa de inadimplência no crédito livre para pessoas físicas. “No caso específico do mercado de locações, esse comportamento pode estar atrelado à renegociação de dívidas entre locatários e imobiliárias, ao reforço das ações de cobrança e à retomada do controle financeiro por parte das famílias”, explica.

O levantamento da plataforma Superlógica mostra que a região Sudeste do Brasil fechou o mês com uma taxa de 2,88% de inadimplência de aluguel. Isso representa uma queda de 0,14 p.p. frente ao mês anterior (3,02%). De acordo com o estudo, essa também é a terceira queda consecutiva na região.

Dentre os diferentes tipos de imóveis analisados, os apartamentos na região Sudeste registraram queda de 0,06 p.p. na taxa de inadimplência na comparação mensal, passando de 2,09% para 2,03% no mês de março, e ficando abaixo da média nacional para este tipo de imóvel (2,1%).

Já o índice das casas baixou de 3,54%, em fevereiro, para 3,34% no último mês, o que representa um recuo de 0,2 p.p. no período. Dessa forma, o indicador também ficou abaixo da média nacional, que fechou março com 3,44%.

Os imóveis comerciais registraram 3,87% de inadimplência – 0,24 p.p. abaixo dos 4,11% obtidos no mês anterior. Assim como os demais tipos de imóveis presentes na região Sudeste, estes também estiveram abaixo da média do País (4,12%).

Indicador nacional de inadimplência segue em queda

Placa de aluga-se.
Foto: Alessandro Carvalho / Arquivo / Diário do Comércio

O Índice de Inadimplência Locatícia fechou o último mês com uma queda de 0,08 p.p. na média nacional, passando de 3,17%, em fevereiro, para 3,09% em março. Dessa forma, o indicador tem mantido a tendência de queda observada nos últimos meses.

Para o diretor de negócios para imobiliárias da Superlógica, a redução observada nos primeiros meses do ano indica que os brasileiros estão conseguindo manter suas finanças equilibradas, ajustando-se ao orçamento sempre que possível.

“Para 2025, é fundamental seguir monitorando as previsões de alta da inflação e das taxas de juros, pois esses fatores podem resultar em um aumento do endividamento nos próximos meses”, aconselha.

Entre as regiões do Brasil, o Norte teve a maior taxa de inadimplência locatícia, com uma variação positiva de 4,9% no mês, seguido pelo Nordeste (4,51%) e Centro-Oeste (3,23%). Já a região Sul apresentou a menor taxa, com alta de 2,43% no período.

Para Gonçalves, a região Sudeste, mesmo com as incertezas no mercado imobiliário, apresenta maior estabilidade em comparação com a região Norte do Brasil, que enfrenta dificuldades para manter as contas em dia.

Os imóveis residenciais com a maior taxa de inadimplência foram aqueles com aluguel acima de R$ 13 mil, com uma taxa de 5,9%, conforme a pesquisa. Enquanto a menor foi de imóveis com locação na faixa entre R$ 2 mil a R$ 5 mil, com apenas 1,74% de inadimplência.

O especialista acredita que o mercado imobiliário brasileiro em 2025 se encontra em um cenário complexo, cercado de desafios e oportunidades. Ele também cita a expectativa de um crescimento moderado, influenciado pela elevada taxa Selic e pela dificuldade de acesso ao crédito, que impactam a demanda. “Contudo, observa-se um mercado em processo de adaptação a novas tendências e oportunidades”, ressalta.

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