Minas Gerais registra superávit de 305.182 empregos em 2021

Minas Gerais encerrou 2021 com saldo positivo no mercado de trabalho. Ao todo foram 2,202 milhões de profissionais admitidos, menos 1,896 milhão de desligados, o que totalizou em 305.182 vagas de empregos formais. O resultado ocorre após o déficit de mil postos de trabalho apurado em 2020, mesmo que o último exercício também tenha sido marcado por impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19. No País, o resultado foi de 2,73 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.
De maneira detalhada, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, indicou que todos os setores registraram superávit em Minas Gerais: serviços (124.079), comércio (68.846), indústria (65.587), construção civil (31.804) e agropecuária (14.866).
Apesar disso, em dezembro de 2021, o saldo de empregos formais no Estado ficou negativo em 22.771, com 150.587 contratações e 173.358 desligamentos. O resultado foi inferior tanto a novembro, que registrou saldo positivo de 21.240 empregos formais, quanto em relação a dezembro de 2020, quando o saldo ficou negativo em 11.946. No último mês do ano passado, apenas o comércio apurou saldo positivo, com a abertura de 2.970 vagas formais.
De toda maneira, a diretora de Monitoramento e Articulação de Oportunidades de Trabalho da Subsecretaria de Trabalho e Emprego da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Amanda Siqueira Carvalho, fez um balanço positivo dos números.
“Após 11 resultados positivos na geração de emprego, a criação de mais de 300 mil postos de trabalho no acumulado de 2021 reflete uma trajetória de recuperação do mercado formal em Minas Gerais, motivada pelos setores de serviço e comércio, os principais atingidos no início da pandemia, o que traz as perspectivas de um cenário otimista para 2022“, afirmou.
O professor de economia e finanças Cleyton Izidoro também acredita na manutenção da curva crescente no mercado de trabalho. Segundo ele, os resultados de 2021 indicam um processo de recuperação da economia como um todo.
“Ainda não é o ideal, mas já melhorou bastante. Para este ano, as expectativas são ainda mais positivas, principalmente em virtude do avanço da vacinação, que permite cada vez mais que as pessoas voltem a circular e movimentar a economia. Devemos ter, em 2022, uma taxa de desemprego entre 9,5% e 10% (da população economicamente ativa) – não é a volta ao pleno emprego, mas já representa um ganho na produção e no consumo”, explica.
De maneira detalhada, das 124.079 vagas geradas no setor de serviços, a maior parte foi atribuída ao subsetor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativa, seguido pelo grupo de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
No comércio, dos 68.846 postos, 47.831 foram criados no varejo, 12.596 no atacado e 8.419 no comércio e reparo de veículos automotores e motocicletas.
Na indústria (65.587), o destaque ficou por conta da indústria de transformação, especialmente na fabricação de móveis; couro, artigos para viagem e calçados; produtos químicos; produtos de borracha e material plástico; etc.
Empresas planejam mais postos em 2022
A exemplo do que ocorreu no ano que passou, também neste exercício empresas estão otimistas e planejam ampliar o quadro de funcionários ao longo de 2022. A Amapá Instalações e Armazenagem, sediada em Cláudio, na região Centro-Oeste do Estado, está implementando um plano de expansão e iniciou 2022 abrindo 60 vagas de emprego.
Com quase 40 anos de mercado, a empresa é referência em gôndolas e equipamentos para exposição e armazenagem de mercadorias e está investindo R$ 53 milhões na construção de uma nova planta. A capacidade de produção da empresa deverá dobrar até 2025 e o número de funcionários deverá crescer em ritmo ainda maior, saindo dos atuais 570 profissionais para mais de mil até o fim deste ano.
A Farmax – Indústria de Cosméticos e Farmacêuticos -, de Divinópolis, também no Centro-Oeste mineiro, tem 43 vagas de trabalho disponíveis no momento. De acordo com a diretora de Gestão de Pessoas da empresa, Renata Horta, os empregos visam atender o crescimento dos negócios no decorrer do exercício, incluindo o lançamento de cerca de 50 novos itens.
“Para o cumprimento das metas precisamos de profissionais não só para a área produtiva, em cargos operacionais, mas também atuando em segmentos estratégicos. Por isso, as oportunidades vão da área comercial à pesquisa e desenvolvimento, passando pela tecnologia da informação e engenharia“, diz.
O movimento já reflete a atuação do Vinci Partners Investments, líder em investimentos alternativos no Brasil, que comprou a empresa mineira em setembro do ano passado. Na época, o grupo anunciou que, com o negócio, a expectativa é que a Farmax alcance, nos próximos cinco anos, a marca de R$ 1 bilhão em faturamento. Com mais de 40 anos de atuação, são ao todo mais de 450 produtos nas linhas cosmética, farmacêutica e hospitalar e 870 funcionários.
Brasil registra melhor saldo líquido da série
São Paulo/Brasília – O Brasil abriu 2.730.597 vagas formais de trabalho em 2021, mas houve redução dos salários de contratação, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
O saldo líquido de contratações registrado foi o melhor ano da série histórica iniciada em 2010. O resultado mostra recuperação em relação a 2020, ano marcado por impacto econômico mais intenso da pandemia de Covid-19, quando foram fechados 191.455 postos em termos líquidos.
Apesar da elevação no número de vagas, há um movimento de redução nos salários de contratação. O patamar médio fechou o ano em R$ 1.793,34, contra R$ 1.909,19 em dezembro de 2020.
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, disse que esse movimento das remunerações é “natural” para situação de crise. Segundo ele, em momentos de retomada, as empresas voltam a contratar funcionários com níveis de instrução mais baixos e trabalhadores temporários, o que puxa o indicador para baixo.
Em dezembro, mês que normalmente tem elevado volume de desligamentos de trabalhadores contratados temporariamente para as festas de fim de ano, foram fechados 265.811 postos.
O resultado de dezembro veio pior do que o fechamento líquido de 162 mil vagas de trabalho projetado por analistas em pesquisa Reuters e foi consequência de 1.437.910 admissões contra 1.703.721 desligamentos.
Com essa leitura, o estoque de empregos formais do Brasil caiu 0,64% no mês passado em relação a novembro, a 41.289.692. Em dezembro de 2020, o patamar estava em 38.559.095.
Entre os grupamentos de atividades econômicas componentes do Caged, a principal colaboração negativa veio do setor de serviços, que fechou 104.670 postos de trabalho no mês passado em termos líquidos.
O impacto partiu principalmente das atividades de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que registraram o fechamento de 84.383 empregos formais.
O saldo positivo do ano passado, o melhor da série histórica – que teve a metodologia alterada em 2020 -, foi resultado de 20.699.802 admissões e de 17.969.205 desligamentos.
O resultado foi puxado por uma retomada nos setores de serviços (+1.226.026 vagas), comércio (+643.754) e indústria (+475.141). Houve também saldo positivo em construção (+244.755) e agropecuária (+140.927).
Em declaração à imprensa, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, afirmou ontem que o resultado do emprego formal no Brasil em 2021 foi “extremamente positivo”.
“As políticas adotadas pelo governo Bolsonaro deram condições para que o Brasil pudesse ter uma resposta tão positiva na geração de empregos”, disse. (Reuters)
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