Economia

Minas tem leve alta no consumo de energia

Em agosto, foi registrado aumento de 0,4% em relação ao mesmo período de 2022
Minas tem leve alta no consumo de energia
No Brasil, o consumo de energia elétrica cresceu 3,9% em agosto, segundo dados da CCEE | Crédito: Marcos Santos/USP Imagens

Enquanto o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,9% em agosto, em relação ao mesmo período do ano passado, o consumo em Minas Gerais avançou apenas 0,4% na mesma base de comparação, segundo dados preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No País, essa foi a quarta alta consecutiva. Em Minas, esse foi o primeiro registro de aumento no consumo depois de quatro meses seguidos de queda.

Na primeira quinzena do mês de setembro, quase 60% da energia elétrica consumida em Minas foi destinada para a indústria metalúrgica (36,31%) e de extração de minerais metálicos (21,05%). Os dois setores são os maiores consumidores do Estado.

Ex-presidente da Eletrobras e ex-diretor da Cemig, o engenheiro e consultor em energia Aloísio Vasconcelos aponta que o crescimento econômico é um fator para o aumento no consumo de energia elétrica em Minas. “Aumenta o consumo industrial, porque houve aumento do PIB. Toda vez que o PIB cresce 1%, a energia tem que crescer 1,5%. E no consumo residencial e comercial o crescimento foi acima disso, os números foram maiores”, comenta.

Aloísio destaca que a área rural, com a agricultura mecanizada, também demanda mais. “Grande parte dessa mecanização vem do motor a óleo, mas muitos ainda têm os pivôs de irrigação que consomem uma quantidade grande de energia”, disse.

Mesmo assim, o consultor não vê risco de desequilíbrio no fornecimento de energia elétrica pelo aparecimento de novas fontes, principalmente a fotovoltaica. Isso garante equilíbrio ao consumo mineiro e nacional e é uma oportunidade para as empresas crescerem. “O mercado está estável, as usinas estão com reservatórios bem cheios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) muito equilibrado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) parcimoniosa na concessão de reajustes. Então o sistema como um todo está muito equilibrado, o que dá tranquilidade para novos investimentos em todos os setores e segmentos”, explica.

O consultor é otimista em relação ao futuro. Para ele, a tendência é que esse equilíbrio seja aprimorado. “Surge uma forma nova que é o hidrogênio verde, onde você pode produzir energia em um lugar, encapsulá-la e mandar para consumir em qualquer lugar, desde uma aldeia indígena até as fazendas mais longínquas possíveis. A tendência é: cresce a população, cresce o consumo, mas cresce também a oferta, ou seja, permanecerá em equilíbrio. Minas é um estado muito bem resolvido em termos de balança energética. O que tem que continuar a fazer é continuar gerando”, disse.

Onda de calor

Profundo conhecedor do mercado mineiro de energia, Aloísio Vasconcelos explica que a onda de calor não deve afetar significativamente o consumo em Minas, já que a diversidade entre regiões do Estado faz uma compensar o gasto da outra. “Passou essa onda, as pessoas, por economia, desligam o ar-condicionado. Minas Gerais, na média, não é um Estado que usa muito ar-condicionado. O Norte de Minas é mais quente, o Sul de Minas é mais frio. Então você tem uma compensação de consumo. A população do Sul é muito maior que a população do Norte, que é mais assolada pelo calor. Mesmo que seja um pico neste momento, vai durar alguns dias e volta à normalidade”, finaliza.

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