Economia

Indenização à CSN é três vezes o valor de ações da Ternium na Usiminas, diz Paolo Rocca

A informação foi dada durante o Congresso Aço Brasil, nesta terça-feira (6), em São Paulo
Atualizado em 6 de agosto de 2024 • 12:02
Indenização à CSN é três vezes o valor de ações da Ternium na Usiminas, diz Paolo Rocca
Foto: Leo Martins/ Divulgação

*de São Paulo

O presidente do grupo Techint/Ternium, Paolo Rocca, afirmou que a multa de R$ 5 bilhões determinada pela Justiça brasileira em função da compra de ações da Usiminas é três vezes maior que o valor da participação acionária da multinacional na siderúrgica mineira. A informação foi dada durante o Congresso Aço Brasil, nesta terça-feira (6), em São Paulo.

“Recentemente, contrariando a decisão de cinco instâncias administrativas e judiciais que deliberaram de outra forma ao longo de 12 anos, uma câmara do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o pagamento de uma multa de R$ 5 bilhões, equivalente a três vezes o valor da participação acionária”, disse Rocca durante a palestra magna do congresso.

Os acionistas majoritários da Usiminas travam um embate judicial com a CSN em relação a participação acionária no grupo siderúrgico mineiro.

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Em junho, o STJ condenou a Ternium a pagar a multa bilionária para a CSN, ao ser acusada de realizar alienação do grupo de controle da Usiminas ao obter 27,7% das ações da siderúrgica em 2012, após adquirir as participações da Votorantim e Camargo Corrêa. A Ternium precisaria ter feito uma oferta aos acionistas minoritários.

A Ternium, por sua vez, afirma que não houve alteração de controle no momento de sua entrada no capital da Usiminas. A multinacional vai recorrer da decisão.

A acionista da Usiminas aponta também que a CSN não cumpriu a determinação judicial de vender suas ações na companhia mineira.

O imbróglio no Brasil foi um dos exemplos negativos, citados pelo empresário, que impactaram os investimentos feitos pelo Grupo Techint na América Latina. Rocca apontou também a quebra de contratos de energia na Argentina no início dos anos 2000, que afetaram de forma significativa o mercado.

Estes casos, segundo o empresário, reforçam a necessidade de segurança jurídica para melhorar o ambiente de negócios na América Latina.

Crescimento integrado para fomentar setor industrial

Em sua participação no Congresso Aço Brasil, Paolo Rocca fez uma análise do mercado internacional. “Nosso setor (siderúrgico), que por um tempo foi um mercado global, está se regionalizando cada vez mais, e a situação das diferentes regiões é cada vez mais distinta”, afirmou.

Em meio a este cenário, a América Latina vem apresentando estagnação no consumo de aço e baixo crescimento, o que demonstra a necessidade de ações para fomentar o setor industrial da região. O presidente do Grupo Techint afirmou que uma das formas de mudar este cenário é viabilizar um crescimento integrado entre as siderúrgicas e toda a sua cadeia de valor agregado – clientes e fornecedores.

Segundo ele, há uma movimentação de realocação de indústrias que pode promover a agregação de valor, trocando plantas de países, e essa pode ser uma oportunidade para a América Latina.

(*) o editor viajou a convite do Instituto Aço Brasil

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