Economia

Natal deve girar R$ 5,59 bi no varejo em Minas Gerais

Projeção da CNC aponta aumento de 7,7% em relação à data comemorativa de 2021
Natal deve girar R$ 5,59 bi no varejo em Minas Gerais
Pesquisa feita pela FCDL-MG indica que 78,4% dos mineiros realizarão compras na semana que antecede o Natal | Crédito: Rovena Rosa/ABr

Uma das datas mais aguardadas do ano está chegando e promete estimular a economia mineira. Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Minas Gerais, o Natal de 2022 deverá movimentar R$ 5,59 bilhões em vendas no varejo. O volume é menor apenas que o de São Paulo (R$ 22,19 bilhões) e corresponde a 8,6% da movimentação de todo o Brasil (R$ 65 bilhões). Além disso, a cifra é 7,7% superior à mesma projeção do ano passado (R$ 5,19 bilhões). 

Ainda conforme o estudo, do ponto de vista do emprego, a expectativa da CNC é de que sejam criadas 11 mil vagas temporárias para o Natal deste ano, 11,1% do total de postos nacionais (98,8 mil). Para o economista da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), Vinicius Carlos, apesar das estimativas serem positivas, o resultado ainda é aquém do que poderia ser. 

“Esse pequeno incremento, que foi projetado pela CNC, mostra que o cenário não está fácil. Saímos de uma pandemia que deixou alguns problemas como inflação e juros altos, que vem melhorando aos poucos, mas que poderia ser melhor. Enquanto não sanar esses pontos, não teremos um crescimento vigoroso”, disse.

Ele ressalta que a contratação de temporários, por exemplo, indica uma reação da economia, no entanto, ainda não no mesmo patamar pré-pandêmico. Lembra também que o Natal é uma data extremamente forte, com um peso grande por si só, e que envolve pessoas de todos os tipos e classes sociais. Para ele, isso traz para o comércio varejista, uma chance para melhorar os resultados, porém, para isso, é necessário “fazer a diferença, colocar produtos novos nas prateleiras e chamar o consumidor”. 

Uma pesquisa realizada pela FCDL-MG, apontou que 78,4% dos mineiros vão às compras somente na semana que antecede a data, entre os dias 19 e 24 de dezembro. Já 15,7% afirmaram ter comprado os presentes ainda no mês passado. ter comprado os presentes no mês de novembro. Outros 5,9% disseram que vão aproveitar as tradicionais liquidações de janeiro. 

Conforme Carlos, o resultado não foi uma surpresa, visto que as pessoas estão deixando realmente para comprar de última hora, devido ao cenário político e econômico. Ainda conforme o levantamento, o tíquete médio dos produtos deverá ser de cerca de R$ 275. Dentre os itens mais citados como opção de presentes, estão os de vestuário (27,6%), brinquedos (11,2%), calçados (11,2%), eletrônicos (6,0%) e perfumaria (6,0%). 

O economista ressalta que o tíquete médio é superior ao estimado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) para a Capital, de R$ 123. Isso porque a pesquisa da FCDL envolve também as cidades do interior, que tiveram uma grande expansão de investimentos nos últimos tempos, aumentando o número de pessoas empregadas e, consequentemente, o consumo. Além disso, ele cita o aumento da inflação, que contribui para o encarecimento dos itens. Ainda segundo ele, os produtos de vestuário ficaram em primeiro, justamente, em função da ampla variedade de tipos, cores e preços, atendendo, assim, a um número maior de pessoas. Já os brinquedos são aqueles itens que não podem faltar para as crianças. 

Em relação ao local escolhido para fazer as compras, 35,3% dos consumidores devem realizá-las tanto em lojas físicas quanto virtuais; 33,3% devem procurar somente os pontos físicos e 31,4% irão realizar as compras pela internet. “Os preços vão ditar as compras. Hoje o consumidor está mais atento, então ele acompanha o produto que vai comprar, se o varejo consegue oferecer um produto competitivo, com certeza é onde eles vão concentrar suas compras”, explicou.

Décimo terceiro 

A pesquisa ainda apontou que 43,5% dos mineiros pretendem guardar um pouco mais de dinheiro do 13º salário deste ano. Outros 32,6% querem quitar dívidas e 23,9% irão às compras. Apesar disso, Carlos salienta que ainda há oportunidades para os lojistas atraírem os clientes com uma boa vitrine e boas promoções.

Por fim, a pesquisa analisou a expectativa dos mineiros para o ano que vem. A maioria respondeu que aguarda mais estabilidade nas oscilações políticas e econômicas, além de controle da inflação, queda dos juros e mais oportunidades de emprego. “O ano de 2022 foi bem cauteloso e 2023 deve ser mais ainda”, ressaltou.

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