Nova Lima aposta em saúde e biotecnologia para reduzir dependência da mineração

Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), segue investindo na diversificação da economia, reduzindo gradualmente a dependência da mineração. Nos últimos anos, a cidade somou cerca de R$ 2 bilhões em investimentos nas áreas de saúde e biotecnologia, firmando-se como um polo de inovação e serviços de alto valor agregado.

Os recursos são frutos de aportes em unidades, como a fábrica da biofarmacêutica Biomm, cujo investimento atingiu R$ 800 milhões na produção de insulina e demais biomedicamentos. Na área da saúde, centros hospitalares como Mater Dei e Rede D’Or, além do hospital Unimed – previsto para 2027 – complementam a infraestrutura do município, e juntos, correspondem por cerca de R$ 1,1 bilhão em aportes locais.

O impacto desses investimentos já se reflete no mercado de trabalho local. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) apontam que os setores de Biotecnologia (136) e Saúde (4.600) geraram juntos 4.736 empregos formais no ano passado. O número representa aproximadamente 8% do mercado de trabalho formal do município e 5,55% da Massa Salarial.

De acordo com o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez, os campos de saúde e biotecnologia são uma das principais apostas da cidade para o presente e futuro. “São setores com potencial para movimentar toda uma cadeia de fornecedores. Temos incentivado essa evolução por meio de cursos custeados pela prefeitura, com o objetivo de preparar a mão de obra local para as novas oportunidades”, destaca.

Embora outros segmentos tenham ganhado espaço no pós-pandemia, a mineração ainda tem impacto importante na economia de Nova Lima. Atualmente, a atividade é a segunda maior empregadora do município, correspondendo por cerca de 45% da arrecadação municipal. “O impacto ainda é relevante, mas não tanto quanto antes”, acrescenta o prefeito.

Ecossistema de luxo ganha espaço com chegada de condomínios verticais

Localizada na divisa sul com Belo Horizonte, Nova Lima segue atraindo uma população que busca por imóveis que combinem paisagens naturais com infraestrutura urbana sofisticada, concentrando hoje uma das maiores renda per capita do País. Esse cenário tem atraído um volume expressivo de construtoras e incorporadoras de luxo, com destaque para empreendimentos verticais voltados ao público de alta renda. “Enquanto a Capital perdeu habitantes, Nova Lima saltou de 80 mil para 112 mil moradores em pouco mais de uma década. Essa redistribuição geográfica reforça a consolidação do município como polo de crescimento”, ressalta Dieguez.

Regiões como Vila da Serra, Vale do Sereno e Lagoa dos Ingleses concentram empreendimentos de alto luxo, que devem avançar, especialmente após a revisão no Plano Diretor da cidade. A medida estabelecerá novos parâmetros para esse desenvolvimento, considerando questões ambientais e de mobilidade.

Com a chegada dos novos moradores, o município também atraiu investimentos em setores voltados para o público de alto padrão, em segmentos como bem-estar, alimentação, automotivo e educação. “O que percebemos é que esse fenômeno do polo de alto padrão segue em ritmo elevado, e cada vez mais novos empreendimentos estão vindo, como serviços premium e imobiliários”, comenta Dieguez.

Além da saúde e biotecnologia, negócios digitais e ecoturismo também se destacam como potenciais setores para o futuro. A cidade, territorialmente maior que Belo Horizonte, se destaca pela vasta área verde, com mais de 50% de mata atlântica nativa, atraindo pessoas que buscam por contato com a natureza e esportes radicais.

No campo digital, programas como o iNova Tech, buscam fortalecer a inovação local, incentivando soluções voltadas para tecnologia e sustentabilidade no município. Segundo o gestor municipal, além do fomento às novas empresas, a cidade também conta com a primeira escola pública do Brasil de programação e robótica para jovens e adultos, construindo um mercado de trabalho orientado para competências digitais.

“Nova Lima do futuro é uma cidade de oportunidades, com qualidade de vida, desenvolvimento sustentável e que equilibre questões sociais e ambientais. Isso garantirá com que a cidade se destaque em qualidade de vida, reduzindo desigualdades”, conclui Dieguez.