Economia

Novo Nordisk produzirá insulina com captação de água da chuva

Sistema pioneiro será inaugurado hoje pela companhia na fábrica de medicamentos de Montes Claros
Novo Nordisk produzirá insulina com captação de água da chuva
A implantação do sistema de captação e purificação de água de chuva para a produção de insulina demandou investimentos de R$ 13 milhões | Crédito: DIVULGAÇÃO / NOVO NORDISK

A Novo Nordisk inaugura hoje um sistema de captação e purificação de água de chuva para a produção de insulina na fábrica de Montes Claros, no Norte do Estado. Com investimentos de cerca de R$ 13 milhões, o reservatório e a estação de tratamento com capacidade para 80 milhões de litros por ano permitirão que a unidade produtiva se torne a primeira indústria farmacêutica do Brasil a utilizar água captada e purificada dentro da própria empresa para produzir medicamentos.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2021, levando em conta estudos da precipitação média de chuva dos últimos dez anos na região. A iniciativa envolveu não apenas o time de meio ambiente da companhia, como também ONGs, ambientalistas e entidades da região, como conta o diretor de Suporte à Produção da Novo Nordisk, Robison Morais.

“Não se trata de um projeto de meio ambiente apenas, mas de inovação e novas tecnologias. Os recursos empenhados pela Novo Nordisk são irrisórios perto do ROI (Retorno sobre Investimento), que poderá ser alcançado no longo prazo e, mais do que isso, do que o projeto representa em termos de valores caros para a companhia no que se refere ao equilíbrio máximo entre o balanço financeiro, o social e o ambiental”, afirma.

O sistema também vai proporcionar ganhos em relação à produção. Conforme Morais, a captação vai permitir uma economia de 40% na água fornecida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) à fábrica. E será utilizada direta e indiretamente na produção da insulina, bem como no sistema de refrigeração e na irrigação das áreas verdes da unidade. Ele destaca que a água após receber o devido tratamento será utilizada, inclusive, na fórmula do medicamento.

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“Seremos a primeira indústria farmacêutica do Brasil a usar a água da chuva diretamente na produção. Outras empresas utilizam em diferentes etapas do processo produtivo, mas de forma indireta. A iniciativa é importante também por aquilo que representa para a comunidade, já que o volume ‘economizado’ da Copasa representa quantidade suficiente para abastecer mais de 6 mil casas com quatro pessoas ao longo de um ano, volume que poderá ter outra destinação, principalmente em se tratando de uma região de escassez hídrica”, diz.

O pioneirismo também poderá ser replicado para outras unidades da Novo Nordisk, uma vez que já foi testado e aprovado pela companhia e por órgãos competentes, entre eles a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Evento celebra Jornada ESG da fábrica de insulinas

E nesta quarta-feira (18) não será marcada apenas pela inauguração do sistema. Haverá também o anúncio de outras ações de impacto positivo para o meio ambiente e comunidades da região, como a zero incineração de resíduos sólidos e o destino alternativo para o plástico utilizado na fabricação das canetas de aplicação da insulina. Os plásticos, por exemplo, estão sendo transformados em caixas d’águas também destinadas à captação de água da chuva, que são doadas às comunidades carentes e rurais, parques e associações.

“Será uma comemoração da nossa jornada ESG, com a celebração de projetos e iniciativas que têm nos levado rumo a nos tornarmos, de fato, uma empresa circular e com zero impacto ambiental. Como fábrica circular temos várias iniciativas que englobam a destinação correta dos resíduos, a diminuição da emissão de gases e também do consumo de água e energia”, destaca.

A Novo Nordisk não informa números relacionados ao volume de produção ou faturamento, mas a fábrica localizada em Montes Claros é uma das mais modernas do mundo. A unidade é responsável por 30% da insulina produzida mundialmente pela companhia e por 15% da insulina consumida no mundo. 

Além disso, a empresa produz insulinas para 50 países, incluindo o Brasil e a operação nacional totaliza sozinha 25% de toda a exportação de medicamentos do Brasil. Inaugurada em 2007, a unidade conta atualmente com, aproximadamente, 1.300 pessoas.

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