Economia

Metade do bloqueio de R$ 2,9 bi recai sobre ministérios das Cidades e dos Transportes

Decreto que oficializa o congelamento dos recursos foi editado pelo presidente Lula e publicado em edição extra do Diário Oficial da União de quinta-feira (28)
Metade do bloqueio de R$ 2,9 bi recai sobre ministérios das Cidades e dos Transportes
Crédito: REUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA, DF – Os ministérios das Cidades e dos Transportes foram os principais alvos do bloqueio de R$ 2,9 bilhões em verbas no Orçamento, uma medida preventiva para evitar o estouro do limite de despesas do novo arcabouço fiscal.

O decreto que oficializa o congelamento dos recursos foi editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicado em edição extra do Diário Oficial da União de quinta-feira (28).

Na pasta das Cidades, a trava é de R$ 741,5 milhões, o que corresponde a 3,98% de suas despesas discricionárias (R$ 18,63 bilhões). A cifra inclui gastos com custeio das atividades do dia a dia do órgão e investimentos.

Já nos Transportes, o bloqueio é de R$ 679 milhões, o equivalente a 4,41% do orçamento disponível para o órgão (R$ 15,4 bilhões). Os dois juntos concentram metade do valor congelado pelo governo.

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Os alvos do bloqueio são decididos pela JEO (Junta de Execução Orçamentária), colegiado composto pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão).

A junta indica o valor do bloqueio necessário, e cada ministério tem autonomia para decidir quais ações serão preservadas e quais terão uma parcela congelada.

Além de Cidades e Transportes, foram alvo de bloqueio os recursos de Defesa (R$ 446,5 milhões), Desenvolvimento e Assistência Social (R$ 281,7 milhões), Integração (R$ 179,8 milhões), Ciência, Tecnologia e Inovação (R$ 118,8 milhões) e Agricultura (R$ 105,5 milhões).

Também foram afetados, em menor magnitude, Fazenda (R$ 94,4 milhões), Relações Exteriores (R$ 69,3 milhões), Justiça e Segurança Pública (R$ 65,6 milhões), Portos e Aeroportos (R$ 52,3 milhões), Planejamento (R$ 37,1 milhões) e Gestão (R$ 36,3 milhões).

O congelamento de verbas afetou apenas despesas dos próprios ministérios e manteve blindadas as emendas parlamentares, como mostrou a Folha.

“Não tem cenário de bloqueio [emendas parlamentares]”, disse o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, em entrevista na última sexta-feira (22).

Na primeira reavaliação do Orçamento de 2024, o governo indicou a necessidade do bloqueio de R$ 2,9 bilhões devido ao aumento de despesas obrigatórias, sobretudo da Previdência Social. Nessa situação, é preciso conter gastos discricionários para manter o montante total dentro dos limites do arcabouço.

Por outro lado, as estimativas para o desempenho da arrecadação permitiram ao Executivo apresentar o primeiro relatório bimestral com um resultado primário dentro da meta fiscal, que tem como alvo central o déficit zero, mas permite uma flutuação até 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) para mais ou menos.

Os dados oficiais indicam um déficit de R$ 9,3 bilhões, o equivalente a -0,1% do PIB. Embora pior do que o superávit de R$ 9,1 bilhões aprovado no Orçamento, o resultado segue dentro do intervalo de tolerância da meta defendida por Haddad. (Idiana Tomazelli)

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