Otimismo do setor de construção de avança 1,7 ponto, chegando a 81 pontos
São Paulo – O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 1,7 ponto em julho ante junho, alcançando 81 pontos, após ter atingido em junho 79,3 pontos, o menor nível desde novembro de 2017 (78,6 pontos). A FGV divulgou os dados ontem. “A Sondagem mostra que a queda da confiança observada no mês passado foi exagerada, um efeito do ambiente conturbado pela greve dos caminhoneiros” aponta em nota Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. Entretanto, outros fatores pesaram sobre a confi ança dos empresários. “O indicador não retornou ao patamar anterior, o que decorre de outro fator apontado pelos empresários em junho: o ritmo lento de retomada da economia. A frustração com o crescimento está levando a um ajuste de expectativas”, explica. “A própria atividade do setor segue avançando muito devagar, corroborando o sentimento mais pessimista dos empresários”, complementa Ana Maria. A alta da confiança da construção verificada em junho foi influenciada principalmente por perspectivas de curto prazo dos empresários do setor, aponta a FGV. O Índice de Expectativas (IE) subiu 2,7 pontos, recuperando parcialmente o tombo de 6,5 pontos do mês anterior, atingindo 91 pontos. O patamar é o segundo mais baixo do ano e segue inferior ao verificado no início de 2018. Oindicador que acompanha a tendência dos negócios para os próximos seis meses” teve avanço de 3,3 pontos, para 91,4 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou praticamente estável, com recuo de 0,1 ponto porcentual, alcançando 65,5%. Ao mesmo tempo, o Nuci de Mão de Obra e o de Máquinas e Equipamentos trabalharam em sentidos opostos, com variações de -0,2 p.p. e 0,6 p.p., respectivamente. Contratações – Os recentes acontecimentos levaram os empresários a calibrar as perspectivas de curto prazo para contratações, revela a FGV. O ímpeto de contratação das empresas sofreu queda de 0,1 ponto porcentual no indicador, marcando o segundo mês consecutivo de queda. Conforme o relatório da FGV, a proporção de empresas projetando redução no quadro de pessoal nos próximos três meses passou de 24,5% em junho para 23,4% em julho, enquanto que aquelas que esperam contratar mais caiu de 18% para 15,7% no mesmo período de comparação. “A piora pelo segundo mês consecutivo do indicador de contratação, reflete o desânimo empresarial com o ritmo de retomada da atividade”, observa Ana Maria. CUSTOS REGISTRAM LEVE QUEDA DE 0,72% São Paulo – O leve recuo no Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) entre junho e julho (de 0,76% para 0,72%) foi influenciado pela desaceleração nos custos de Serviços, aponta a Fundação Getulio Vargas (FGV). O componente teve variação positiva de 0,43% no sétimo mês do ano, abaixo da taxa de 0,53% do mês anterior, com destaque para o item projetos, que passou de 1,09% para 0,42% no período. O Índice referente a Mão de Obra também desacelerou para 0,51%, de 0,88% no mês anterior, que havia sido influenciado positivamente por reajustes salariais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Por outro lado, a parcela correspondente a Materiais e Equipamentos avançou de 0,64% em junho para 1,11% em julho. Todos os quatro subgrupos componentes registraram alta na taxa de variação, com maior peso para a alta em Materiais para Estrutura, que passou de 0,71% para 1,12%. Influências – Entre as maiores influências individuais de alta, a FGV destacou os seguintes itens: ajudante especializado (mesmo om a desaceleração de 1% para 0,42%),Cimento Portland comum (de1,33% para 2,16%), Elevador (de 0,11% para 1,36%), Servente (a despeito da queda na taxa de 0,94% para 0,50%) e Pedreiro (mesmo com o recuo da variação de 0,83% para 0,64%). Por outro lado, as principais contribuições de baixa foram ferragens para esquadrias (de 0,03% para -0,21%), tijolo/telha cerâmica (de 0,31% para -0,01%), taxas de serviços e licenciamentos (que não teve alteração de preços), massa corrida para madeira (mesmo com o avanço da taxa de -1,08% para +0,39%) e mármore e granito trabalhados (ainda que a variação tenha passado de -0,36% para +0,18%) O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
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