PBH exigirá teste negativo de Covid do público para entrar em eventos

A partir da próxima segunda-feira (31), eventos realizados na capital mineira exigirão, além do comprovante de vacinação, teste negativo para Covid-19 para a entrada do público. A medida é uma forma de conter o avanço da contaminação pelo coronavírus na cidade, impulsionado pela variante Ômicron, que tem elevado fortemente os índices epidemiológicos monitorados diariamente pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para decisões relativas à circulação das pessoas e à possível limitação de atividades.
Em entrevista coletiva ontem, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e os membros do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 falaram da preocupação com eventos de grande porte, pediram que a população evite aglomerações, informaram sobre o retorno das aulas presenciais e fizeram um apelo para que pais vacinem as crianças.
“Vacinem seus filhos. Vamos proteger as crianças como nos protegemos. Vamos continuar ampliando os leitos e não tem porque fechar (a cidade). Inclusive, faço um apelo aos comerciantes, que abram no Carnaval. Em Belo Horizonte não haverá feriado, abram as portas. Queremos uma cidade normal no Carnaval, que é um assunto que vai ser tratado separadamente, a tempo, porque essa curva tem um tempo e não é tão apavorante e desesperadora”, declarou o prefeito.
O Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) já havia informado por meio das redes sociais que haverá funcionamento normal do comércio de rua e em shoppings na Capital apenas durante o sábado de Carnaval, no dia 26 de fevereiro. Domingo (27), segunda-feira (28) e terça-feira (1º) não haverá trabalho. Na Quarta-Feira de Cinzas (2), o funcionamento será retomado a partir do meio-dia.
Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, comentou que a prefeitura compreendeu que o aumento de casos de Covid não tem qualquer relação com o funcionamento do comércio, conforme a entidade e outras 17 haviam alertado em documento encaminhado ao Executivo municipal no início da semana. E ressaltou que a liberação do funcionamento do comércio no Carnaval é um pleito antigo.
“A CDL-BH, já no ano passado, havia solicitado à prefeitura que não fosse decretado ponto facultativo. Como não estão previstas comemorações na cidade em decorrência da pandemia, defendemos que é possível o pleno funcionamento do comércio entre os dias em que seria realizado o Carnaval”, afirmou.
Em relação a eventos privados já anunciados para a data na cidade, Kalil afirmou que “não tem nada marcado até porque os alvarás ainda estão na prefeitura”. Mas, segundo ele, em princípio será necessário apresentar teste e cartão de vacina. “Como é uma onda que tem prazo de duração, eu e todos achamos que podemos dar um tempo para definir alguma coisa. Mas se todo mundo usar máscara, lavar as mãos, não aglomerar agora e essa onda começar a decair, queremos que a normalidade continue na cidade”, afirmou.
O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, disse que é preciso monitorar a evolução dos índices para ver o que vai acontecer nas próximas semanas antes de liberar os alvarás para essas festas. “Temos tempo para resolver isso”, justificou.
Volta às aulas em Belo Horizonte
É grande a expectativa quanto ao retorno das aulas na capital mineira. No entanto, a PBH decidiu adiar em uma semana o início do ano letivo para crianças de 5 a 11 anos. O retorno, que estava programado para 3 de fevereiro, foi postergado para o dia 14. Segundo Kalil, a medida foi tomada para que se tenha tempo hábil do recebimento de remessas de vacina contra a Covid-19 e para a imunização das crianças dessa faixa etária.
As atividades escolares para alunos acima de 12 anos e menores de 4 anos estão autorizadas. Já as instituições do governo do Estado ou federais têm autonomia para voltar nas datas já previstas.
“Quero dizer, para os pais, como gestor, pai e avô, que levem seus filhos para vacinar. Uma dose da Pfizer ou da Coronavac numa criança a protege em mais de 90%. Nossas crianças estão adoecendo”, alertou Kalil, que também pediu para a população não comparar a proteção à criança ao funcionamento das atividades na cidade.
“Não falem que o futebol está aberto, que o Carnaval vai acontecer. Esses são para adultos protegidos e vacinados. É obrigação pública proteger a criança, mas precisamos da colaboração da população”, completou.
As decisões foram adotadas a partir da análise e acompanhamento dos índices epidemiológicos da cidade. Ontem o Rt ficou em 1,15, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid em 82,1% e de enfermaria em 82,2%.
Sobre isso, a Prefeitura destacou que somente ontem abriu mais 12 leitos de UTI Covid adulto e 10 pediátricos na Rede SUS-BH. Já sobre os leitos de Enfermaria Covid houve a ampliação de 71 de leitos adultos e 4 pediátricos. Já hoje, serão ampliados mais 35 leitos de Enfermaria pediátricos. Desde o início do mês de janeiro, foram abertos pelo município 429 leitos de Enfermaria Covid adulto, 4 pediátricos e 44 leitos de UTI Covid adulto e outros 20 pediátricos.
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