Pequenos empresários mineiros estão menos confiantes

A confiança dos pequenos empresários mineiros caiu no mês de outubro. O Índice Sebrae de Confiança do Pequeno Negócio (Iscon) registrou 124 pontos, oito pontos a menos do que o contabilizado em setembro. O novo resultado veio após dois aumentos consecutivos, de julho para agosto, de nove pontos, e de agosto para setembro, de seis pontos, segundo o levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas).
Apesar da queda registrada pelo Iscon, a assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Izabella Siqueira, avalia que o indicador ainda está num bom patamar no cenário econômico.
“O resultado de setembro foi o maior já registrado na série histórica, que começou em 2020 num cenário de pandemia. Neste ano, com corte de tributos e taxas de energia, diminuição do desemprego e outros fatores que impactaram positivamente na renda das famílias, foi possível avaliar essa retomada, principalmente no segundo semestre. E, apesar de registrar uma baixa em outubro, o resultado ainda indica um aquecimento na economia”, explica Siqueira
Ainda, segundo a especialista do Sebrae Minas, um dos principais fatores que influenciaram na confiança dos donos dos pequenos negócios foi a incerteza do resultado nas eleições. “A pesquisa foi feita logo após o primeiro turno, o que contribui para a queda no nível de confiança desses empresários, sem saber quem iria ganhar”, aponta Izabella Siqueira.
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“O período eleitoral sempre repercute na economia, ainda mais neste ano com a disputa acirrada entre os candidatos à presidência, que dividiu o Brasil em dois. Essa polarização também afetou parte dos empreendedores, que ainda demonstram uma certa insegurança quanto à situação econômica do País”, completa.
O Iscon, realizado entre 3 e 15 de outubro com 1.551 pessoas, é baseado em dois indicadores. O Índice de Situação Recente (ISR), que mede a situação dos negócios nos três últimos meses, e o Índice de Situação Esperada (ISE), construído a partir das respostas dos empresários que registram suas impressões sobre o planejamento para os próximos três meses.
Em outubro, o ISR registrou 99 pontos, quatro abaixo se comparado a setembro, indicando que a percepção dos donos de pequenos negócios em relação à situação econômica nos últimos três meses foi de estabilidade. Já ISE teve uma queda de dez pontos na mesma comparação, fechando em 137.
“O maior peso no resultado desses indicadores é a expectativa para o futuro. E a queda também foi resultado do primeiro turno das eleições, em que os empresários ainda não sabiam quem seria o novo presidente”, enfatiza Izabella Siqueira.
Segmento mais confiante
A pesquisa do Sebrae apurou, ainda, que os pequenos empresários do setor da construção civil estão entre os mais confiantes no Estado, registrando 132 pontos no índice do Iscon. Já a indústria registrou 125 pontos, o comércio 124 e o setor de Serviços registrou 123 pontos. A variação mais acentuada foi a do setor de Serviços, com queda de 9 pontos em relação ao mês anterior.
O tamanho da empresa não teve influência no nível de confiança em outubro. Segundo o levantamento, todos os grupos divididos por porte apresentaram queda, sendo a mais significativa entre os Microempreendedores Individuais (MEI), com queda de dez pontos, registrando 121. A confiança da Microempresa (ME) diminuiu cinco pontos, registrando 127, e a das Empresas de Pequeno Porte (EPP) caiu oito pontos, registrando 133.
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