Economia

Pesquisadores mineiros são enviados para o Japão

Uma iniciativa da multinacional Nippon Steel e Sumitomo Metal Corporation (NSSMC), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), promete intensificar o intercâmbio de conhecimento e de tecnologia entre Japão e Minas Gerais na área de siderurgia. Criado no ano passado, o projeto “De uma ponta a outra” está em sua segunda edição e acaba de enviar seis pesquisadores mineiros à produção da NSSMC no Japão. De acordo com o chefe do escritório da NSSMC em Belo Horizonte, Osamu Nakagawa, o programa beneficia tanto os pesquisadores mineiros quanto a multinacional, numa troca eficiente de conhecimento no setor. Os pesquisadores ficam 13 dias no Japão e ganham a oportunidade de conferir de perto todo o processo de produção da NSSMC, assim como de entender mais sobre a cultura de manufatura asiática. Entre os pontos em que a indústria japonesa do aço se destaca está o processo de eficiência energética e de reutilização de água. A multinacional, por outro lado, também ganha em conhecimento e tem a oportunidade de ter contato com uma cultura diferente na produção do aço, segundo Nakagawa. “É claro que a matéria-prima é a mesma, assim como as tecnologias e as instalações utilizadas na produção são semelhantes. Mas há diferenças no processo de produção e nessa parte pode haver troca de conhecimento”, explica. Nesta edição do programa foram enviados ao Japão cinco estudantes e um professor do mestrado de Engenharia Metalúrgica da UFMG. Durante a visita, o professor-instrutor, Leandro Rocha Lemos, vai apresentar aos japoneses uma pesquisa que ele desenvolve em Minas Gerais. Segundo Nakagawa, o assunto da pesquisa é sigiloso. O chefe do escritório lembra que esse intercâmbio de culturas também pode ser útil para a descoberta de talentos em Minas, assim como formação de mão de obra qualificada. “Brasileiros e japoneses têm muito o que aprender uns com os outros no processo de manufatura e pesquisa tecnológica. A UFMG tem profissionais qualificados e esperamos contribuir para ampliar a formação dos alunos selecionados”, afirma. O estudante Rafael Fernandes é um dos integrantes da comitiva mineira que visita o Japão desde o dia 29 de junho. Ele, que também é pesquisador do Centro de Pesquisas da Usiminas, se diz muito interessado no processo de trabalho do japonês, que prioriza a coletividade e a visão de longo prazo em seus projetos. “Acredito que a visita pode abrir novos horizontes para linhas de estudos, principalmente na área de aciaria. Entre as possibilidades estão desde softwares e técnicas de simulação de processos utilizados, passando por análises de anormalidades e equipamentos aplicados na caracterização”, diz.

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