Petrobras anuncia o corte de preços da gasolina e do diesel

Rio – A Petrobras reduzirá o preço do óleo diesel nas refinarias em 6,5% e o da gasolina em 9,5%, a partir desta sexta-feira, em movimento que vem após uma derrocada das cotações do petróleo no mercado internacional nesta semana, informou a petroleira estatal ontem.
Com os novos reajustes, a queda acumulada do diesel da Petrobras no ano somará 23,4%; a redução da gasolina acumulará 20,6%, de acordo com informações da Petrobras e cálculos da Reuters.
Os cortes nos valores a partir de hoje são os primeiros depois do início de uma guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita, duas das maiores produtoras de petróleo, o que derrubou valores internacionais de petróleo e derivados na última semana.
O desentendimento entre os dois países veio ainda em meio a um cenário de crise com a expansão do novo coronavírus pelo mundo, que trouxe temores sobre uma desaceleração da economia global e uma consequente redução da demanda pelos produtos fósseis.
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“A queda do mercado internacional foi muito forte, foi muito brusca, então ela (a Petrobras) tinha mesmo um deságio para colocar nos preços”, afirmou o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.
“Ainda é maior o que ela pode reduzir… se olhar os preços agora, mas acho que ela está tentando suavizar o movimento de queda… ela está esperando para ver se consolida esse patamar ou se tem uma retomada.”
Mais cedo, agentes do mercado afirmaram à Reuters sobre a redução dos preços da Petrobras, movimento que foi confirmado em seguida pela empresa.
Política – Os cortes de preços da petroleira estatal refletem a política que segue o princípio da paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.
No ano, o dólar acumula alta de cerca de 20%, após superar R$ 5 pela primeira vez ontem. Já o preço do petróleo Brent recuou cerca de 50% em 2020, com a queda sendo acentuada nesta semana.
O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis. (Reuters)
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