Economia

Picolé ou sorvete: qual faturamento é maior?

Estudo da Kantar aponta que, pela primeira vez em quatro anos, renda com sorvetes e picolés representa 57% do faturamento, contra 43% de potes
Picolé ou sorvete: qual faturamento é maior?
Segmento teve um incremento de seu preço médio em 65% nos últimos 12 meses terminados em julho de 2023. | Crédito: Pixabay

Estudo recente divulgado pela Kantar registra que o faturamento obtido com a venda de sorvete de impulso, incluindo picolés, somou R$ 1,3 bilhões até julho de 2023, no acumulado de 12 meses. Esta é a primeira vez em quatro anos que este resultado ultrapassa o segmento On The Go, que é caracterizado por potes consumidos em deslocamento.

Em relação ao consumo por unidades, os picolés já lideravam, abocanhando 73% do mercado de sorvetes para consumo fora do lar. Pontos informais de venda, como ambulantes, voltam a ganhar relevância. Segundo o estudo, este grupo se tornou o segundo canal mais importante para o faturamento da categoria, atrás apenas das sorveterias. O estudo conclui ainda que o grupo dos informais são responsáveis por 25% do aumento no faturamento neste segmento.

Outro motivo encontrado para justificar o aumento no faturamento de picolés é a alta nos preços. Nos últimos 12 meses, terminados em julho de 2023, o segmento de impulso registrou alta de 65% no preço médio, com valor da unidade chegando a R$ 7,00, enquanto o sorvete de pote apresentou aumento médio de preço de 3,4% no mesmo intervalo.

Em razão desse aumento, houve impacto negativo no setor, com o número de consumidores de sorvetes, incluindo picolés, em queda, de 27,2 milhões para 24,8 milhões, representando uma retração de 8,7% em relação ao ano passado. O estudo destaca que as classes mais baixas foram as mais afetadas, pois sua importância em termos de valor diminuiu de 17% para 15%.

A reportagem tentou contato com o Sindsorvete-MG para repercutir o assunto e fazer um raio-x sobre o setor, porém não obteve retorno até a publicação da matéria.

Desafios ainda impactam o setor de sorvetes

O segmento de sorvete, incluindo picolé, foi um dos mais impactados pela pandemia e segue recuperando o seu faturamento. Uma pesquisa recente realizada pela Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), em parceria com o Sebrae, revelou que uma parcela considerável de empreendedores conseguiu avançar na recuperação após a pandemia, em especial no ramo industrial.

Entretanto, na média geral, mais da metade dos estabelecimentos apresentaram faturamento estável ou piora nos números, indicando que o setor ainda passa por desafios. Segundo a pesquisa, entre as principais carências apresentadas pelos negócios estão: fluxo financeiro, mão de obra especializada, equipamentos, manutenção e gestão administrativa interna.

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