Poços de Caldas recebe investimento bilionário de empresa australiana

Poços de Caldas, no Sul de Minas, vai receber investimento superior a R$ 1 bilhão da empresa australiana Meteoric Resources NL. O anúncio foi feito ontem no município, com a assinatura do protocolo de intenções, que contou com a presença do governador Romeu Zema (Novo). O aporte é relativo a extração de terras-raras em Minas Gerais.
O projeto contempla, conforme informações da empresa, 51 processos minerários e a companhia deve iniciar a extração de argila iônica em 2026. Com isso, devem ser criados por volta de 700 postos de trabalho.
As terras-raras são compostos minerais extraídos em lugares específicos do planeta e que são utilizados por várias indústrias, em especial, na produção de energia renovável (turbinas eólicas e células fotovoltaicas), cabos, ímãs, baterias, entre outros produtos e equipamentos.
Hoje, a China concentra aproximadamente 90% da produção mundial de terras-raras. Os elementos de terras-raras são ingredientes essenciais para o aumento da eletrificação da sociedade, com destaque para atingir as metas de dióxido de carbono atmosférico estabelecidas no acordo climático de Paris de 2015.
Durante a solenidade no município, o governador destacou o novo cenário vivido por Minas Gerais em relação à transição energética e falou também sobre a mineração no Estado. “Temos essas terras-raras que serão utilizadas e também o Vale do Lítio. Nós temos provado que é possível ter mineração com responsabilidade ambiental e social”, ressaltou.
De acordo com informações do governo do Estado, o diretor executivo da Meteoric, Marcelo de Carvalho, ressaltou, durante o evento, que o projeto que pode ser referência no mundo. “Não só nós acreditamos nesse projeto, mas os investidores também. Tenho certeza que esse é o maior projeto de terras raras do mundo”, disse o executivo.
Conforme o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, esse acordo pode colocar Minas entre os maiores produtores desse tipo de mineral no mundo, assim como o lítio.
“A confirmação do minério e esse investimento da Meteoric, em Poços de Caldas, são suficientes para impactar a indústria extrativa de terras-raras no mundo, colocando Minas e o Brasil novamente em destaque, assim como aconteceu recentemente com o Vale do Lítio. São oportunidades que estão se abrindo para que nosso Estado seja um dos principais atores nos processos de transição energética e de descarbonização da economia mundial”, ressaltou.
A Meteoric concluiu a aquisição do Projeto Caldeira, no Estado, após a assinatura de um contrato definitivo com o Togni Group of Companies, em março de 2023. Os estudos sobre a qualidade e a quantidade dessas reservas são feitos há 12 anos pela Togni, com ensaios que apontaram que o material possui um alto potencial mercadológico.
Turismo
O chefe do Executivo estadual também vistoriou uma das principais atrações turísticas do município, como o teleférico, considerado o maior em extensão do Brasil, segundo o governo mineiro. Reaberto neste ano, ele conta com uma nova estrutura e teve o apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), por meio das linhas de crédito que viabilizou o retorno das atividades.
De acordo com Zema, Poços de Caldas tem expectativa de receber mais de 300 mil turistas por ano. “Essa atração turística significa mais geração de emprego e de renda. O prefeito me disse que os hotéis estão 100% cheios”, destacou.
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