Prévia da inflação cai 0,18% em agosto

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) voltou a registrar deflação em agosto. No período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia do índice oficial de inflação, apresentou queda de 0,18%, sendo o único local pesquisado a apurar variação negativa.
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a retração da inflação na RMBH foi puxada, principalmente, pela queda em ônibus urbano (20,91%), decorrente da redução de 25% nas tarifas.
Em geral, no País, a variação mensal foi positiva e chegou a 0,28%.
Com o resultado de agosto, no ano, o IPCA-15 da RMBH acumula alta de 3,6%, elevando, assim, nos últimos 12 meses, a inflação para 4,24%. Nos 12 meses, o resultado é o quinto menor resultado entre as 11 áreas de abrangência da pesquisa.
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Desempenho dos grupos
Os dados do IBGE mostram que, no oitavo mês do ano, cinco grupos apresentaram inflação. A maior variação foi vista no grupo de Habitação (1,07%), assim como no grupo de Saúde e Cuidados Pessoais (1%), Despesas Pessoais (0,71%), Educação (0,28%), Vestuário (0,23%) e Comunicação (0,05%).
Somente três grupos apresentaram deflação. A maior foi em Transportes, com queda de 2,11%, seguido por Artigos de Residência (0,72%) e Alimentação e Bebidas (0,51%).
De acordo com o economista e especialista em educação financeira da Suno, Guilherme Almeida, a deflação na Grande BH, diferente do que aconteceu nas demais áreas pesquisadas no País, teve como principal fator a queda no valor da tarifa do ônibus urbano.
“A deflação em Belo Horizonte (RMBH), que foi no caminho contrário da média nacional, é explicada, exclusivamente, pelo grupo de transportes. Quando a gente avalia os outros grupos, alimentação e bebidas, nós tivemos deflação tanto no nível nacional quanto no recorte regional. Em Habitação, tanto na Capital como no País, houve uma inflação na casa de 1%, sendo 1,08% no Brasil e 1,07% na RMBH. Em Vestuário, nós tivemos uma pequena deflação nacional e uma pequena inflação aqui no recorte regional, mas o grupo de vestuário tem um peso muito pequeno no indicador de inflação”.
Almeida explica ainda que a grande diferença entre o índice da RMBH e Brasil foi no grupo de transportes.
“O grupo de transporte é o segundo de maior peso no indicador de inflação, tanto no IPCA-15 como no IPCA. Na Capital, nós tivemos uma redução de 25% nas tarifas de ônibus. Então, isso explica esse recuo do nível de preços”.
Grupo de transporte contribuiu para queda da inflação
Conforme os dados divulgados pelo IBGE, a queda no grupo de Transportes, de 2,11%, impactou o índice geral de agosto em menos 0,42 ponto percentual. Dentre os itens, a queda em ônibus urbano, de 20,91%, foi a principal. No período, a tarifa ficou 25% menor, gerando, como resultado, um impacto de menos 0,34 p.p, o maior individual negativo no índice.
Além da tarifa de ônibus, no grupo de Transporte, podem ser destacadas as quedas da passagem aérea, que retraíram, 16,41%, do etanol (4,84%), do seguro voluntário de veículo (3,55%) e da gasolina (2,04%). Dentre as altas, os destaques foram para o automóvel novo (4,25%) e emplacamento e licença (2,97%).
Outro grupo com retração foi o de Alimentação e Bebidas, resultado da redução de preços de importantes produtos. Entre as quedas, destaques para a batata-inglesa (16,11%), para o feijão-carioca (6,68%), o frango em pedaços (4,10%) e o leite longa vida (2,88%). Já entre as altas, se destacaram as frutas (3,95%) e o lanche (1,32%).
Por outro lado, conforme os dados do IBGE, o grupo Habitação, que apresentou inflação de 1,07%. No período, a energia elétrica residencial subiu 3,48%, influenciada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês anterior.
Em Saúde e cuidados pessoais, o aumento de 1% ocorreu, principalmente, pelo encarecimento de higiene pessoal (1,94%), com destaque para o produto para pele (9,47%) e o perfume (3,04%).
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