Economia

Produção de aço bruto segue caindo em Minas Gerais

Siderúrgicas mineiras produziram 808 mil toneladas, o que representa recuo de 1,6% frente ao mesmo mês de 2023
Produção de aço bruto segue caindo em Minas Gerais
Ainda que negativo, resultado de MG representou 29,6% da produção nacional de aço bruto | Crédito: Divulgação/Aço Brasil

As siderúrgicas de Minas Gerais começaram o ano de 2024 da mesma forma que terminaram último exercício: com queda na produção de aço bruto. Em janeiro, as empresas produziram um total de 808 mil toneladas, o que indica um recuo de 1,6% em comparação a igual intervalo anterior, quando foram produzidas 821 mil toneladas. Os dados são do Instituto Aço Brasil. 

Ainda que negativo, o resultado representou 29,6% da produção nacional de aço bruto e manteve o Estado como o maior produtor do País. Entretanto, com um crescimento anual de 7,8%, para 762 mil toneladas produzidas, o Rio de Janeiro se aproximou. A diferença de participação de mercado entre mineiros e fluminenses, que antes era de 4,2 pontos percentuais, caiu para 1,7 p.p. 

Na sequência do ranking estadual, mas bem distante do que produz a siderurgia mineira, ficou, no terceiro lugar, o Espírito Santo, mesmo com queda de 7,7% entre um ano e outro, e na quarta colocação, São Paulo, com alta de 30,8%. Os níveis de produção das siderúrgicas capixabas e paulistas foram de 569 mil toneladas de aço bruto e 216 mil toneladas, respectivamente. 

Por outro lado, no grupo de aço semiacabado para venda e laminado, a produção de Minas Gerais subiu no início de 2024 após encerrar 2023 estável. No primeiro mês deste ano, as siderúrgicas do Estado produziram 814 mil toneladas, o que mostra um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do exercício passado, quando o volume produzido foi de 794 mil toneladas. 

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Nesse caso, o resultado representou 30,3% do nacional, consolidando a liderança da siderurgia mineira frente aos outros produtores do Brasil. A distância para o segundo colocado, Rio de Janeiro, há um ano era de 1,8 p.p. e saltou agora para 4,4 p.p., por exemplo. O afastamento também foi motivado por uma baixa de 6,5% na produção fluminense, para 696 mil toneladas. 

Nas posições seguintes, apareceram, novamente, o Espírito Santo e São Paulo, ambos com alta nos níveis produtivos. As siderúrgicas capixabas chegaram a 488 mil toneladas de aço semiacabado para venda e laminado produzidas, um aumento anual de 17,3%. Enquanto as produtoras paulistas, registraram um crescimento de 5,5%, somando 282 mil toneladas. 

Estabilidade na produção nacional de aço bruto

Conforme os números do Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço bruto, diferentemente do que ocorreu em Minas Gerais, ficou estável em janeiro de 2024. No período, foram produzidas 2,73 milhões de toneladas, uma variação positiva de apenas 0,4%, no confronto com o primeiro mês do último ano, quando o levantamento da entidade apontou 2,72 milhões de toneladas.

Na mesma comparação, outros indicadores ficaram próximos, como o consumo aparente, que subiu 1,4%, para 1,95 milhão de toneladas, e as vendas internas, que chegaram a 1,6 milhão de toneladas, uma alta de 1,5%. Já as exportações somaram 967 mil toneladas, um avanço de 1,8%. 

Importações caem, mas volume preocupa 

Um dado relevante do começo deste ano é que as importações brasileiras de aço caíram 2,9% frente a janeiro de 2023. O decréscimo anual, contudo, parece não ser comemorado, visto que o volume de importados foi de 367 mil toneladas, indicando, segundo o Instituto Aço Brasil, permanência da tendência de ingresso de produtos siderúrgicos no País em patamares elevados.

A siderurgia brasileira está aflita com os altos níveis de importações, apontando o problema como a causa de reduções produtivas, desinvestimentos e demissões. Com 50% de crescimento em 2023 em relação a 2022, para 5 milhões de toneladas importadas, e projeção de 20% de incremento neste ano, os produtores nacionais de aço, já há algum tempo, estão pedindo ao governo federal que aumente a taxa de importação para 25%, mas o pleito não foi atendido até o momento.

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