Economia

Produção de aço bruto volta a cair em Minas Gerais

No mês passado, as empresas do setor baseadas no Estado produziram 852 mil toneladas, recuo interanual de 6,4%
Produção de aço bruto volta a cair em Minas Gerais
Crédito: Divulgação / Instituto Aço Brasil

Após iniciar 2024 com queda de 1,6% e se recuperar em fevereiro com alta de 12,2%, as siderúrgicas de Minas Gerais voltaram a apresentar baixa na produção de aço bruto no mês passado. No período, as empresas produziram 852 mil toneladas, recuo interanual de 6,4%. 

O resultado negativo, contudo, não foi suficiente para derrubar a produção no Estado, que seguiu como líder entre as unidades federativas, com 30,6% do total fabricado no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil. Na segunda colocação, ficou o Rio de Janeiro com uma produção de 720 mil toneladas, o que corresponde a 25,8% do total nacional.

No acumulado de janeiro a março deste ano, ante igual intervalo de 2023, a produção de aço bruto em Minas Gerais se manteve estável em 2,4 milhões de toneladas. A estabilidade foi o bastante para segurar a liderança, com share de 29,7%. Na posição seguinte ficou, novamente, o Rio de Janeiro, sendo que a siderurgia fluminense produziu 2,2 milhões de toneladas (27,5%). 

Semiacabados e laminados

A fabricação mineira de aço semiacabado para venda e laminado, em março de 2024, totalizou 793 mil toneladas, volume estável na comparação interanual. As usinas do Estado também foram as que mais produziram no País, respondendo por 29,3% do montante nacional, seguida pelas siderúrgicas do Rio de Janeiro, que registraram uma produção de 654 mil toneladas (24,1%). 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Na soma do primeiro trimestre deste ano, a siderurgia de Minas Gerais fabricou 2,3 milhões de toneladas do metal, alta de 1,3% frente ao mesmo período do exercício anterior. As siderúrgicas do Estado responderam pela maior parte da produção nacional, com participação de 29,4%. Já o Rio de Janeiro, com 2 milhões de toneladas produzidas (25,6%), ficou na segunda posição. 

De maneira oposta a Minas Gerais, produção nacional cresce 

Diferentemente do que aconteceu na produção mineira, o volume de aço bruto e de semiacabados para vendas e laminados subiram no Brasil, tanto mensalmente quanto no acumulado do ano. 

Conforme os números do Instituto Aço Brasil, as usinas brasileiras produziram 2,8 milhões de toneladas de aço bruto em março, um aumento de 5,6% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de semiacabados para vendas foi de 777 mil toneladas, um crescimento de 38,1%, enquanto a de laminados chegou a 1,9 milhão de toneladas, volume 3,6% superior.

Nos primeiros três meses de 2024, a siderurgia nacional fabricou 8,3 milhões de toneladas de aço bruto, alta de 6,2% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Ao mesmo tempo, a produção de semiacabados para vendas totalizou 2,3 milhões de toneladas, alta de 2,3%, e a de laminados foi de 5,7 milhões de toneladas, elevação de 5,1% na mesma base de comparação. 

Volume de aço importado não para de subir  

Ainda segundo a entidade, em março deste ano, ante igual mês de 2023, as vendas internas retraíram 6,3%, para 1,7 milhão de toneladas, o consumo aparente caiu 1,6%, para 2,1 milhões de toneladas, e as exportações recuaram 23,2%, para 942 mil toneladas. No acumulado de 2024, as vendas internas ficaram estáveis em 4,9 milhões de toneladas, o consumo aparente cresceu 3,3%, para 6 milhões de toneladas, e os embarques caíram 17,9%, para 2,6 milhões de toneladas. 

Adicionalmente, as importações de março foram de 486 mil toneladas, uma elevação interanual de 46,0%. O aço chinês continuou ganhando participação no Brasil, chegando a 60% do total importado pelo País no mês. No confronto do primeiro trimestre de 2024 e 2023, as importações expandiram 25,4%, para 1,3 milhão de toneladas, volume que quase ultrapassou o registrado nos primeiros três meses de 2010 – o maior patamar da série histórica para este período. 

Vale dizer que a siderurgia brasileira anda aflita com os altos níveis de importações, apontando o problema como a causa de reduções produtivas, desinvestimentos e demissões. Os produtores, inclusive, pediram ao governo federal uma medida protetiva para as empresas. Eles desejam que a taxa de importação do aço seja de 25%, entretanto, o pleito não foi atendido até o momento.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas