Economia

Produção de aço bruto apresenta retração de 6% em Minas Gerais

Apesar disso, MG respondeu por 29,8% do total produzido no Brasil no exercício passado
Produção de aço bruto apresenta retração de 6% em Minas Gerais
Produção de laminados e semiacabados totalizou 9,5 milhões de toneladas no Estado em 2022 | Crédito: Divulgação

Minas Gerais foi novamente o estado que mais produziu aço no País. Ao longo do último ano, foram 10,1 milhões de toneladas de aço bruto produzidos pela siderurgia mineira, o que equivale a 29,8% da produção nacional. Na sequência aparecem Rio de Janeiro (9,7 milhões de toneladas e 28,5% de share) e Espírito Santo (7 milhões de toneladas e 20,7% de share). Os dados são do Instituto Aço Brasil.

Na produção de semiacabados e laminados, Minas também se sobressaiu. Foram 9,5 milhões de toneladas fabricadas no Estado, o que representa 30,1% da fabricação no País. Em seguida, também vieram a indústria siderúrgica carioca (8,8 milhões de toneladas e 27,9% de share) e a capixaba (4,9 milhões de toneladas e 15,7% de share).

Apesar do destaque, os números do fechamento de 2022 foram menores se comparados aos de 2021. Na época, o Estado produziu 10,8 milhões de toneladas de aço bruto e 9,8 milhões de toneladas de semiacabados e laminados, o que indica quedas de 6% e 3,2%, respectivamente.    

Da mesma forma, os resultados no mês de dezembro do ano passado foram inferiores em relação a dezembro imediatamente anterior. No que se refere ao aço bruto, foram 793 mil toneladas fabricadas em 2022, contra 857 mil toneladas em 2021 (-7,5%). Quanto aos semiacabados e laminados, foram 683 mil toneladas, contra 782 mil toneladas (-12,7%). 

Recuo nacional

Os dados do Instituto Aço Brasil também apontaram recuo mensal e anual na produção da siderurgia brasileira. Ao todo, foram 34 milhões de toneladas de aço bruto produzidas em 2022, uma queda de 5,8% na comparação com o ano anterior. Em dezembro, foram 2,5 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 5,2% frente a dezembro de 2021. 

Quanto aos laminados (23,4 milhões de toneladas no ano e 1,4 milhões de toneladas no mês), as quedas foram de 10% e 21,1%, respectivamente. Já os semiacabados (8,1 milhões de toneladas no ano e 761 mil toneladas no mês), apresentaram recuos de 6,7% e 12,3%, na mesma ordem de comparação.

Ainda em âmbito nacional, as vendas internas do ano (20,3 milhões de toneladas) caíram 9,1% em relação a 2021 e o consumo aparente de produtos siderúrgicos (23,5 milhões de toneladas) recuou 10,9%.

As importações entre janeiro e dezembro (3,3 milhões de toneladas) também apresentaram redução, de 32,9%. Em valor, os desembarques atingiram US$ 4,8 bilhões, uma queda de 3,2%. No sentido oposto, as exportações (11,9 milhões de toneladas) subiram 8,8%. O montante apurado foi de US$ 10,9 bilhões, o que também indica alta, de 16,4%.

Investimentos

Divulgado pelo Instituto Aço Brasil, o Indicador de Confiança da Indústria do Aço (Icia) referente ao mês de janeiro de 2023 retraiu cinco pontos – a terceira queda consecutiva. O recuo fez com que o Icia atingisse o quarto menor patamar da série histórica iniciada em abril de 2019 (37,6 pontos). 

Embora a confiança dos CEOs tenha diminuído, o parque siderúrgico do País deve receber grandes aportes nos próximos anos. Conforme anunciado anteriormente pelo presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes, a previsão do setor é de investimentos da ordem de R$ 52,2 bilhões no período de 2022 e 2026. 

Somente para Minas Gerais, estão previstos aportes de pelo menos cerca de R$ 14 bilhões. A ArcelorMittal anunciou que vai investir R$ 4,3 bilhões no Estado até 2024. A Gerdau já iniciou o seu plano de investimentos de R$ 6 bilhões até 2026. E a Usiminas anunciou ontem que pretende aportar R$ 3,6 bilhões na usina de Ipatinga, no Vale do Aço, entre este ano e 2026.

Usiminas vai investir R$ 3,6 bilhões

O governador Romeu Zema recebeu, ontem, na Cidade Administrativa, o diretor-presidente da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), Alberto Akikazu Ono, e o diretor Corporativo de Sustentabilidade e Relações Institucionais, André Chaves, que apresentaram o plano de investimento da empresa de R$ 3,6 bilhões, entre 2023 e 2026, no Estado.

De acordo com Ono, do valor que será aportado, R$ 2,7 bilhões serão destinados à reforma do Alto-Forno 3 (iniciada em 2019) da usina em Ipatinga, no Vale do Aço. As obras trarão melhorias operacionais e benefícios ambientais para o equipamento que está em operação há 23 anos. “Somente o Alto-Forno irá gerar cerca de 8 mil empregos temporários”, afirmou.

Já nas aciarias serão investidos R$ 893 milhões também em reformas, além de R$ 1,1 bilhão na recuperação e reformas das Coquerias 2 e 3.

Zema comemorou o plano de investimentos da siderúrgica e reafirmou a importância da companhia não só para a Região Metropolitana do Vale do Aço, mas para toda Minas Gerais. “Investimentos dessa grandeza geram oportunidades para uma grande cadeia de fornecedores, local e estadual”, disse.

Em 2021, o Grupo Usiminas gerou R$ 499 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Em 2022, até novembro, o valor foi de R$ 577 milhões. Dos 15 mil funcionários do grupo, 12 mil estão em Minas. (Agência Minas)

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