Projeto de pesquisa da UFMG propõe formas de evitar enchentes em BH

Nos últimos meses o país tem vivenciado mudanças climáticas que foram desde ondas de calor a chuvas intensas em diversos estados do País. Em Belo Horizonte isso também foi sentido, com grande acúmulo de águas gerando transtornos durante os temporais.
Pensando em soluções para a Capital, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) lançam nesta quinta-feira (1º) o projeto “Lembra: isto é rio“, que aborda a questão na cidade e discute maneiras de evitar o problema.
Sediada na Escola de Arquitetura da universidade, a pesquisa trata do manejo de águas pluviais, a partir de técnicas baseadas na natureza, voltadas para gestores públicos, políticos e sociedade civil.
“O aumento das enchentes está relacionado à mudança no uso do solo e às mudanças climáticas. Buscamos promover uma ampla discussão sobre o tema no município, considerando as recorrentes inundações e enchentes nas temporadas de chuva dos últimos anos. O poder público precisa agir, mas algumas das técnicas propostas podem ser aplicadas também pelos moradores da capital”, diz outra pesquisadora, Isabela Izidoro.
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Além do documento do projeto, que está sendo divulgado no site do Projeto Manuelzão e na página da iniciativa de extensão no Instagram, o grupo de pesquisadores debate, também nesta quinta, a gestão política e territorial das águas de Belo Horizonte. O evento será transmitido pelo Youtube a partir das 19h.
Os pesquisadores também promoverão, na sexta-feira (2), uma caminhada que passará pelos locais onde foram instaladas cinco placas em áreas que acumulam ou dispersam água, a partir das 9h, com saída do Jardim do Buracão, na Rua Monsieur T. Nunes, 55, no Bairro Lagoa.
Bacia do Leitão é objeto de estudo
A Bacia do Leitão, localizada na região centro-sul da Capital, foi a escolhida como objeto principal do estudo porque é a bacia piloto nos estudos hidrológicos de Belo Horizonte e já é monitorada pela Prefeitura desde 2011.
Além disso, a Bacia é uma área de urbanização consolidada, em que investimentos públicos são feitos desde o planejamento da cidade, o que aponta para o fato de que as inundações frequentes não se devem à falta de recursos, mas ao modelo de urbanismo adotado.

Um dos pesquisadores da região, que escreveu a tese em que o projeto se baseia, Deyvid Wavel Barreto Rosa, conta que fez uma simulação de como a Bacia do Córrego do Leitão é e propôs cenários que simulavam usos alternativos do solo.
“Entre esses cenários, testei a implementação parcial das técnicas que integram o material que estamos lançando agora. O estudo mostrou que, se implementarmos as técnicas propostas em 50% das áreas disponíveis, isso já reduziria quase por completo as inundações das regiões que integram a bacia. Assim, as técnicas apresentadas foram capazes de armazenar, filtrar e reter um volume muito grande de água das chuvas”, explica Rosa.
Algumas soluções propostas neste projeto são:
- jardim de chuva;
- telhado verde;
- pavimento permeável;
- reservatório individual de água das chuvas;
- trincheiras de infiltração.
*Estagiária sob supervisão da edição
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