Samarco conclui descaracterização de cava em Mariana

A Samarco concluiu as obras de descaracterização da cava do Germano, situada no município de Mariana, na região Central de Minas Gerais. A joint venture da Vale com a BHP Billiton investiu cerca de R$ 400 milhões no projeto. As intervenções na estrutura foram finalizadas antes do prazo previsto no termo de compromisso assinado pela mineradora com órgãos federais e estaduais, que era outubro deste ano. O anúncio da conclusão foi realizado ontem (23).
A desativação da cava faz parte do programa de descaracterização de Germano, que abrange ainda a barragem do complexo minerário da empresa, cujas obras continuam em andamento. No local, também funcionava a barragem de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015 e vitimou 19 pessoas. Conforme o diretor de Projetos, Segurança e Meio Ambiente da Samarco, Reuber Koury, somando-se os dois projetos, as intervenções alcançam cifras acima de R$ 3 bilhões.
As duas estruturas foram classificadas como barragens alteadas a montante, no qual os diques de contenção se apoiam sobre o próprio rejeito depositado. O método foi banido no País com a Lei 14.066, de 2020, que criou a nova Política Nacional de Segurança das Barragens, após o rompimento de Fundão e da barragem da Vale, em Brumadinho, que culminou em 270 mortos.
Sendo assim, Koury afirma que a descaracterização das barragens é prioridade da empresa. Ele destaca ainda que a conclusão da desativação da cava tem uma representação significativa para a Samarco, devido ao compromisso da mesma com a segurança de suas estruturas tanto do ponto de vista geotécnico e ambiental. E que, além disso, o processo serviu de aprendizado para que a mineradora pudesse evoluir cada vez mais em sua gestão sustentável de rejeitos.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
É válido ressaltar que a cava de Germano já estava desativada desde 2015, sendo que a interrupção da disposição de materiais no local se iniciou em 2013. Segundo o diretor, a estrutura era utilizada no passado para receber rejeitos arenosos e, por consequência, era caracterizada como uma instalação de empilhamento drenado, onde não se acumula muita água.
Geração de empregos, utilização de tecnologias e previsão para descaracterização da barragem
De acordo com Koury, as obras do programa de descaracterização tiveram início oficialmente em 2019, antes mesmo da legislação vigente. Entretanto, a empresa já vinha realizando trabalhos para aumentar a segurança das estruturas desde 2017. Durante o pico das intervenções dos dois projetos, foram gerados cerca de 4 mil empregos. E a Samarco priorizou a contratação da força de trabalho local, sendo que aproximadamente 60% dos profissionais eram moradores da região.
A desativação da cava, segundo ele, foi realizada em três etapas. Na primeira, realizada pela área de engenharia, ocorreu a concepção de uma solução. Na segunda, feita pela área de planejamento, foram definidos, por exemplo, prazos, orçamentos e recursos. E na última, o planejamento foi executado. Ainda conforme ele, a mineradora utilizou diversas tecnologias durante as obras.
“Utilizamos várias, principalmente na parte de levantamento de campo e informações topográficas. Empregamos drones e vários instrumentos para medir o comportamento dessa área que seria descaracterizada, inclusive radar. Usamos o que há de mais avançado em termos de tecnologias de apoio a geotecnia. Isso realmente faz diferença e traz bastante possibilidade de fazer um monitoramento on-line da estrutura”, disse.
Já com relação à descaraterização total da barragem de Germano, o diretor salienta que 65% das intervenções foram concluídas e que a previsão determinada no termo de compromisso, é maio de 2029. Conforme Koury, ainda é cedo para se falar em qualquer antecipação do prazo, porém, a Samarco vem trabalhando na estrutura com bastante empenho e objetiva antecipá-lo.
Ouça a rádio de Minas