Samarco dobra capacidade de produção com retomada operacional

A Samarco estima atingir a produção de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro em 2025, com a conclusão de mais uma etapa do processo de retomada operacional, iniciado em 2020. Nesta semana, a mineradora, joint venture entre Vale e BHP, reativou um concentrador e finalizou a implantação de uma planta de filtragem de rejeitos no Complexo Germano, em Mariana, na região Central de Minas Gerais. Os investimentos somam R$ 1,6 bilhão.
De acordo com a Samarco, a produção prevista para o próximo ano representa o dobro da capacidade registrada no início da retomada operacional da mineradora, em 2020. As atividades no complexo ficaram paralisadas desde o rompimento da barragem Fundão, em 2015.
“Para essa nova etapa, a Samarco também reativou mais uma usina de pelotização no Complexo de Ubu (ES), em agosto deste ano. A empresa fez uma série de investimentos em novas tecnologias, seguindo o planejamento pautado pela segurança e sustentabilidade”, informou a empresa.
A Usina de Pelotização 3 (P3), no Espírito Santo, recebeu atualização tecnológica e tem operado com excedente de minério da Usina de Pelotização 4, em operação desde dezembro de 2020, otimizando processos.
Conforme a companhia, o Concentrador 2 também passou por aperfeiçoamento tecnológico, atividades eletromecânicas e de integridade estrutural, seguindo normas regulamentadoras de segurança, saúde e meio ambiente. A melhoria permite a ampliação da filtragem do minério e o aumento da produção.
Além disso, a nova planta de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco, segundo a empresa, garante mais segurança e permite que grande parte da água extraída seja reutilizada nas operações da empresa, reforçando práticas de sustentabilidade.
“O ano de 2024 marca a consolidação da nossa estratégia de retomada operacional e a sustentabilidade de nosso negócio. A ampliação da capacidade produtiva nos reposiciona novamente entre os principais players do mercado transoceânico de pelotas de minério de ferro”, destacou o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, em nota.
O próximo passo será alcançar 100% da capacidade de produção instalada da Samarco até 2028. O projeto para essa fase contempla o retorno da operação do Concentrador 1, em Germano, e das Usinas de Pelotização 1 e 2, em Ubu, além da construção de uma nova planta de filtragem em Minas Gerais, informa a Samarco.
Samarco mantém projetos de reaproveitamento de rejeitos
A Samarco destaca também que mantém alguns projetos de inovação e sustentabilidade em seu plano de retomada. Entre as iniciativas está a utilização do rejeito arenoso, aplicado na fabricação de concreto, além do aproveitamento do ultrafino em pavimentações ecológicas.
“Além disso, a empresa utilizou mais de 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso gerado nas obras de descaracterização da Barragem do Germano entre janeiro e outubro deste ano”, informa.
Outra inovação diz respeito ao uso de bio-óleo nas usinas de pelotização no Espírito Santo, projeto pioneiro que está sendo desenvolvido para substituição gradual do gás natural na matriz energética da empresa, contribuindo para o processo de descarbonização do setor de mineração.
Samarco entrou com pedido para finalizar recuperação judicial
Em novembro, a Samarco entrou com um pedido para o encerramento da recuperação judicial, de acordo com informações do site mantido pelos administradores judiciais do processo.
“Em 25/11/2024, sob IDs 10349861359/10349886484, a Recuperanda requereu a decretação por sentença do encerramento da Recuperação Judicial, nos termos do art. 63 da LRF, dispensando a Recuperanda do tempo remanescente do período de supervisão”, informa.
O plano de recuperação judicial da Samarco foi homologado em agosto do ano passado, após uma extensa discussão entre a companhia e credores.
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