Economia

Samarco investe em retomada gradual e descaracterização de barragens

Aportes da mineradora foram iniciados em 2019 e ainda são realizados no Complexo Germano, em Mariana
Samarco investe em retomada gradual e descaracterização de barragens
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

A Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP, já destinou R$ 2,3 bilhões para a descaracterização de barragens no complexo minerário em Mariana, na região Central do Estado. Os aportes foram realizados entre 2019 e o primeiro semestre de 2024, conforme informações da empresa.

Somente no ano passado, a mineradora realizou investimentos de R$ 850 milhões na descaracterização das estruturas, além de fechamento de cava no Complexo de Germano. Os aportes continuam no decorrer deste ano.

O diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, afirma que a empresa segue com a retomada gradual conforme previsto no plano de negócios. “O nosso retorno está sendo pautado por novas tecnologias, com foco em segurança e sustentabilidade. Além de priorizar a contratação de força de trabalho local, temos investido em programas de capacitação nas comunidades e de fornecedores de forma a compartilhar valor com os territórios onde atuamos”, destacou.

Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), das 91 barragens de mineração em situação de emergência declaradas no País, Minas Gerais concentra 45 nos níveis 1, 2 e 3 de emergência. Três delas estão no nível 3 – em que há risco de rompimento iminente – quatro no nível 2 e outras 23 no nível 1. Além das barragens com emergência declarada, há outras 15 no Estado em nível de alerta, patamar anterior aos três níveis mais críticos.

Com o rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015, a Samarco teve todas as licenças suspensas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e, em 2016, as operações embargadas.

A Samarco retomou suas operações com 26% da sua capacidade, em dezembro de 2020, com novas tecnologias, utilizando um sistema de filtragem e empilhamento a seco, sem disposição de rejeitos em barragens.

Produção de minério de ferro somou 9,4 milhões de toneladas

Desde a retomada das atividades, em dezembro de 2020 até dezembro do ano passado, a produção da Samarco foi de 25,7 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro. Apenas no ano passado, foram produzidas 9,4 milhões de toneladas sem o uso de barragens de rejeitos.

Atualmente, a empresa opera com 30% da sua capacidade produtiva e a previsão é que a Samarco deverá atingir 60% de sua capacidade até 2025 e alcançar plena produção até 2028. O investimento para alcançar 60% da capacidade gira em torno de R$ 1,6 bilhão, que já vem sendo aportado desde 2023, e se estenderá até 2025.

A mineradora conta com aproximadamente 13,4 mil empregados (as) entre diretos e contratados (as) por meio das atividades integradas nos Complexos de Germano, em Mariana (região Central) e Ubu (ES), e mantém mais de 1,5 mil fornecedores nas áreas em que atua.

Para os próximos dois anos, a expectativa é gerar até 3 mil novos postos de trabalho, sendo 600 vagas diretas, preparando a empresa para o crescimento, contando com a chegada ao nível de 60% da capacidade produtiva até o próximo ano.

De acordo com a Samarco, para ajudar nos trabalhos, a prioridade é contratar moradores (as) das comunidades vizinhas e de grupos minoritários, como mulheres, pessoas com deficiência, negros (as) e LGBTQI+. A empresa está investindo também nos programas de ‘porta de entrada’ com a contratação de estagiários e trainees

Um programa de capacitação de força de trabalho local também está em andamento nas comunidades próximas às operações, tanto em Minas Gerais quanto no Espírito Santo, com cerca de 440 pessoas treinadas e investimento de R$ 2,1 milhões em capacitação. “Queremos manter nossa função social e sermos reconhecidos pela reconstrução da confiança”, afirmou o diretor-presidente.

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