Economia

Setor de mineração avança na agenda de consumo e produção sustentáveis

Setor de mineração avança na agenda de consumo e produção sustentáveis
Crédito: Pexels

Sustentabilidade corporativa e cuidados com meio ambiente. Esses são alguns dos pilares das grandes empresas de mineração que buscam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social na economia ecológica do país.

Para alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), o setor de mineração direciona o olhar para a mudança nos padrões de consumo e produção.

Como tornar a sustentabilidade uma realidade dentro da produção de aço e minério?

A Empresa Vale dá alguns passos firmes neste caminho de desenvolvimento sustentável desde 2019. Segundo a gerente de Mudanças Climáticas da Vale, Vivian MacKnight, as ações vão desde as demandas da população no entorno da fábrica até o impacto no meio ambiente.

“A demanda vai além dos muros da empresa. Temos metas a respeito de uso de energia, sobre a questão da preservação das florestas, da cultura local e do consumo consciente da água. Nosso objetivo é tornar a empresa reconhecida pela confiança e pelo engajamento social”, explica.

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Outra bandeira de sustentabilidade adotada pela empresa é a adesão do baixo carbono. Meta alinhada com o Acordo de Paris, que estabeleceu um limite máximo de aumento da temperatura média global de 2ºC até 2100.

“A Vale se comprometeu em reduzir suas emissões de carbono em 33% até 2030. Para isso, estamos implantando novas ferramentas na produção, como o uso do biocombustível na pelotização em substituição ao carvão e o uso de energia renovável, com eficiência energética. A empresa pretende tornar-se uma mineradora carbono neutra em 2050”, ressalta a gerente de Mudanças Climáticas da Vale.

Os investimentos são altos. Para se ter uma ideia, só a Vale aplicou, até o momento, cerca de US$ 2 bilhões. Vivian Macknight reforça que o aquecimento global é uma agenda que está pautando as grandes empresas no mundo todo e que precisa da participação do setor.

“As empresas estão inseridas na emissão do carbono e isso precisa ser discutido porque impacta diretamente na economia mundial”, avalia.

Preocupada com as mudanças climáticas e o aquecimento global, a ArcelorMittal Brasil também estabeleceu metas para baixo carbono. Até 2030, a empresa de aço comprometeu-se em reduzir em 10% a emissão de carbono, e, até 2050, de se tornar carbono neutra.

“O compromisso de alcançar a neutralidade de carbono vale para todas as unidades da organização. O desafio é ser capaz de produzir aço usando tecnologias de energia limpa em escala industrial e, ao mesmo tempo, permanecer competitivo no mercado mundial”, explica o gerente-geral de Relações Institucionais e Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil, Guilherme Abreu.

A empresa de aço adota os ODS estabelecidos pela ONU. Segundo Guilherme Abreu, cada operação conta com o gerenciamento do consumo e da distribuição de eletricidade e gases energéticos, os quais priorizam o uso racional e a conservação das fontes.

“As ações estão alinhadas com a estratégia corporativa em relação às mudanças climáticas, a fim de sempre contribuir para controlar suas causas, minimizando a tendência de aquecimento global decorrentes do aumento do efeito estufa. As iniciativas são estruturadas considerando o papel da indústria de atuar em prol de eficiência energética e processos produtivos limpos, conforme definido no compromisso assumido pelo Brasil no Acordo de Paris”, salienta.

A empresa investe em processos produtivos mais limpos, como projetos de eficiência energética e tecnologias de baixo carbono para controle e minimização de emissões de poluentes atmosféricos e de gases de efeito estufa.

Ainda, de acordo com o gerente-geral de Relações Institucionais e Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil, a empresa adota, também, planos de gestão, medidas de inovação e realiza anualmente investimentos estratégicos para enfrentar o desafio de melhorar os indicadores operacionais de emissões das atividades.

“Entre as iniciativas a serem desenvolvidas e implementadas pela ArcelorMittal Brasil estão o aumento do uso de sucata como matéria-prima, a utilização de gás natural e a otimização do uso do carvão vegetal nas unidades que já utilizam o combustível”, complementa.

A ArcelorMittal Brasil não informou os investimentos gastos nas ações de desenvolvimento sustentável e socioambiental na empresa. Para Guilherme Abreu, a redução das emissões de CO₂ (dióxido de carbono) vai além do fator econômico da sustentabilidade.

“É uma exigência de governos, sociedade e consumidores de aço de todo o mundo. A integração do desenvolvimento sustentável à estratégia do negócio é essencial para garantir que o aço seja o material de escolha em um mundo mais circular e de baixo carbono”, opina.

Preocupada com o tema do aquecimento global, mudanças climáticas e a gestão de energia, a Gerdau criou metas eficientes para redução de gases do efeito estufa e baixo carbono.

“Todas as ações estão alinhadas às tecnologias e questões financeiramente viáveis ao plano de investimento da empresa”, explica a gerente de Meio Ambiente da Gerdau, Cenira de Moura Nunes.

Ainda de acordo com a gerente de Meio Ambiente da Gerdau, com a agenda de mudanças climáticas, a empresa busca minimizar os riscos futuros e se manter competitiva entre as demais do setor que já estão adotando a mesma agenda socioambiental.

“A gestão de CO₂ (dióxido de carbono) faz parte do nosso negócio. Em dezembro de 2020, o Conselho de Administração da Gerdau aprovou a proposta de incluir metas de desempenho. Cerca de 20% do valor dos bônus de longo prazo, incorporados à remuneração variável dos executivos, estão condicionados ao cumprimento de metas, dentre elas, das emissões de CO₂ (dióxido de carbono)”, reforça.

Para a Gerdau, adotar metas de produção sustentável e de baixo carbono impacta em investimentos em tecnologias de produção e na emissão baixa de gases de efeito estufa. “O que resulta em eficiência energética, além de servir de base para estudo de precificação interna de carbono e eficiência energética”, complementa a gerente de Meio Ambiente da Gerdau, Cenira de Moura Nunes.

A Gerdau não informou qual o valor dos investimentos para a implementação do projeto de sustentabilidade na empresa, mas disse que o custo-benefício a respeito da gestão climática é relevante para a competitividade.

“Já temos uma emissão de carbono bastante interessante se comparados ao setor de produção de ferro e aço. Acreditamos que a manutenção dessa performance diferenciada nos alavancará e nos manterá em um cenário sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental”, opina Cenira de Moura Nunes.

A Gerdau salienta que as pautas socioambientais fazem parte do propósito da organização e mantêm-se competitivas frente ao mercado e à sociedade cada vez mais exigente. “Essa pauta não pode ser considerada opcional por empresas que pretendem se manter sólidas no mercado”, complementa Cenira de Moura Nunes.

O que é o ODS 12?

O ODS 12 visa a promoção da eficiência do uso de recursos energéticos e naturais, da infraestrutura sustentável, do acesso a serviços básicos. O objetivo é priorizar a informação, a gestão coordenada, a transparência e a responsabilização dos atores consumidores de recursos naturais como ferramentas chave para o alcance de padrões mais sustentáveis de produção e consumo.

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