Setor de energia solar espera investir R$ 39,4 bilhões em 2025 e crescer 25,6%

Estimulada por uma redução expressiva no custo dos módulos fotovoltaicos, o setor de energia solar fotovoltaica espera realizar investimentos de R$ 39,4 bilhões em todo o País, em 2025, para aumentar em 25,6% a sua capacidade de geração de energia elétrica em todo o território nacional, segundo projeção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A expectativa é da geração de mais de 396 mil empregos no Brasil.
Em 2024, o setor alcançou, em Minas Gerais, a marca histórica de 10,1 gigawatts (GW) de capacidade instalada para geração de energia solar fotovoltaica, em usinas de geração centralizada (GC) e geração distribuída (GD) de energia.
O impulso dos negócios do setor neste ano, explica o coordenador estadual da Absolar, Bruno Catta Preta, foi a queda significativa do preço do módulo fotovoltaico, responsável por 80% do custo de um empreendimento de geração de energia solar. “No ano passado, a gente chegou a vender o módulo fotovoltaico na faixa dos R$ 800 e R$ 900. A gente está finalizando o ano vendendo o módulo fotovoltaico abaixo dos R$ 500”, declarou.
Em 2025, o fator preço poderá não ter o mesmo efeito no setor, já que a tarifa de importação para módulos fotovoltaicos subiu de 9,6% para 25% em novembro. A grande maioria dos empreendimentos em energia solar no País é projetada com módulos importados.
Ainda assim, a previsão da Absolar é que sejam adicionados, tanto em GC quanto em GD, mais de 13,2 GW na potência instalada em energia fotovoltaica no País, atualmente em 51,5 GW. Conforme a estimativa, o total acumulado será de mais de 64,7 GW.
No segmento de geração centralizada, atualmente há 5,8 GW em operação em Minas Gerais. Está em andamento a construção de usinas que adicionarão 2,1 GW de energia em GC no Estado, o que resultaria em uma capacidade total de 7,9 GW. Há outros 34 GW de potência outorgada em território mineiro, em empreendimentos que ainda não iniciaram a construção.
A marca atingida na energia solar mineira em 2024 e a expectativa de crescimento em 2025 estão dentro do esperado, ressalta Catta Preta, ainda que o setor tenha dificuldade na GD, com as alegações de inversão de fluxo da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Os empreendimentos em GC, implantados neste ano, foram previamente contratados e contam com licenças ambientais e de construção. Na GD, o coordenador da Absolar revela que a Cemig tenta contornar a situação, com aumento de subestações e reforço da rede de distribuição. “Mas a gente sabe que isso são coisas de longo prazo”, afirma.
A alternativa tem sido o uso de inversores híbridos, com baterias, em que a usina geradora trabalha no sistema “zero grid”. O excedente de energia produzido não é injetado na rede de distribuição, mas armazenado em baterias. “Assim nós entregamos ao usuário final do empreendimento uma independência energética”, disse o coordenador da Absolar.
Ele critica que a inversão de fluxo não pode ser regra para todo o Estado. Sobretudo na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde toda a energia produzida é instantaneamente consumida, sem necessidade de grande transporte na rede. “A gente entende que em algumas regiões pontuais do Estado, como Norte de Minas e Triângulo Mineiro, a rede está realmente sobrecarregada, mas isso não pode ser base, por exemplo, para a RMBH”, alega.
GD de energia solar cresce 23,5% em Minas Gerais
Na geração distribuída de energia solar, a potência instalada em Minas Gerais cresceu 23,5% em 2024. Em janeiro, a capacidade do Estado no segmento era de 3,4 GW. Em novembro, dado mais recente da Absolar, a potência instalada da GD mineira alcançou 4,2 GW.
A capacidade do Estado em GD de energia solar representou 12,7% da potência instalada no Brasil neste ano. Neste quesito, Minas Gerais está atrás apenas de São Paulo, com 4,7 GW e 14,2% de participação nacional.
As residências urbanas são os locais de 72,5% dos sistemas fotovoltaicos de GD em Minas. A zona rural aparece como o segundo lugar de preferência, com 14,4% dos sistemas mineiros. Outros 11,5% dos sistemas no Estado estão instalados em estabelecimentos comerciais e de serviços. Já em relação à potência instalada, 40,4% da GD mineira estão nos estabelecimentos comerciais e de serviços, enquanto as residências concentram 32,5% e a zona rural, 20,8%.
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