Setor de móveis rústicos de Passos cresce 10% no trimestre e busca maior visibilidade

Conhecida como a capital brasileira dos móveis rústicos, a cidade de Passos, no Sul de Minas, terá motivos para celebrar quando a maior feira deste segmento do setor moveleiro for realizada na cidade, em junho. Segundo a Associação Comercial e Industrial de Móveis de Passos (Acimov), o faturamento do setor moveleiro passense cresceu cerca de 10% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

A expectativa é manter o crescimento neste patamar durante o ano. Em meio ao bom momento, o comércio e a indústria moveleira de Passos buscam ter uma maior visibilidade para expandir os seus negócios e vê essa oportunidade nos grandes eventos, como a Expo Móveis Rústicos, que será realizada na cidade entre os dias 12 e 15 de junho.

A participação em feiras de móveis em diversas regiões pode ser determinante para um bom desempenho no setor, segundo o presidente da Acimov, Carlos Eduardo. “Isso dá visibilidade. Para quem está participando, eu vejo que tem uma demanda grande, agora, quem não está, eu acho que está sofrendo”, diz.

O presidente da associação destacou a visita do governador Romeu Zema (Novo) a Passos nos últimos dias. O atual mandatário do Estado se reuniu com os empresários locais e recebeu deles um documento com demandas do setor da cidade, como a implantação de uma escola profissionalizante de marcenaria.

A falta de mão de obra qualificada é um desafio para a indústria da cidade, sobretudo porque os móveis rústicos, de aparência robusta e natural, são feitos principalmente de madeira maciça, o que exige uma fabricação semelhante à feita por um artesão. “O nosso móvel é um móvel artesanal, não tem como você fazer escala. Então precisa de bastante mão de obra especializada”, ressalta o presidente da Acimov.

Mais profissionais qualificados e uma maior divulgação do setor de móveis rústicos da cidade são, atualmente, os fatores que mais desafiam a indústria moveleira de Passos e contribuiriam para o setor se preparar não apenas para uma expansão paulatina da produção, mas principalmente para o atendimento em períodos de grande demanda que podem aparecer.

“Se der um ‘boom’? Como na época da pandemia, em que ninguém conseguiu fornecer móveis do jeito que o povo estava pedindo. Como esses móveis são artesanais, não tem uma série, não tem uma grande produção”, explica.

Já em relação à matéria-prima, a indústria moveleira da cidade do Sul mineiro não enfrenta dificuldades. A maior parte da madeira utilizada na produção de móveis rústicos de Passos é oriunda da demolição de casas, principalmente em demolições nos estados próximos, como São Paulo e Paraná. Além disso, algumas fábricas da região também têm optado pela plantação de eucalipto como mais uma alternativa no fornecimento de matéria-prima.