Economia

Setor têxtil deve crescer 5% neste ano

Setor têxtil deve crescer 5% neste ano
Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

A expectativa da indústria têxtil para este ano é de crescimento de até 5%, em comparação com 2022. O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais (Sift-MG), Rogério Mascarenhas, conta que fatores como o controle dos juros e a forte demanda por vestuários devem ser os principais impulsores desse aumento no setor.

Para o presidente do sindicato, a indústria têxtil deve passar por uma recuperação neste ano, com crescimento que deve chegar a 5%, frente ao ano anterior. Na visão de Mascarenhas, o segmento poderá se beneficiar com o controle da taxa de juros e da inflação, por parte do novo governo, e também com um forte incremento na demanda por vestuários. Ele ainda reforça que o setor está sendo conservador em suas estimativas, mas ressalta que o ambiente está propício para o comércio, com o retorno da socialização após quase dois anos de pandemia e a busca dos consumidores por uma renovação do vestuário, além da redução da inflação.

Já o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas-MG), Aroldo Teodoro, afirma que as expectativas para 2023 eram excelentes, mas foram substituídas por um clima de grandes incertezas sobre os rumos da política econômica que será adotada pelo novo governo federal.

Ele destaca que entender esse novo modelo econômico e social já pode ser considerado um dos principais desafios que o setor terá que enfrentar, para aí, sim, estabelecer as novas estratégias que serão adotadas. “Acredito que nunca vimos uma mudança tão radical, nem estou entrando no mérito se será para bem ou para o mal só a mudança de rumo nos obriga a repensar tudo que fazíamos até agora”, relata.

Custo

Um ponto citado por Mascarenhas é a preocupação que o setor vem tendo com questões ligadas à gestão e governança, com o mercado cada vez mais atento e exigente em relação ao tema. O presidente do Sift-MG também abordou o fator custo Brasil, que tem prejudicado muitas empresas, já que ele faz com que os produtos nacionais fiquem mais caros que os importados até mesmo dentro do próprio mercado brasileiro.

Quanto aos investimentos em expansão, ele afirmou que existem outras preocupações mais urgentes para a indústria têxtil como a ocupação da ociosidade e a necessidade de atender às exigências atuais ligadas à governança.

Já o presidente do Sindimalhas-MG afirma que os projetos de expansão estão paralisados, aguardando um retorno da confiança no mercado. Mas ele lembra que o Brasil possui uma economia extremamente complexa e capaz de surpreender a todos com inúmeras oportunidades, como já aconteceu outras vezes.

Para o dirigente do Sindimalhas, é necessário compreender que o crescimento econômico apresentado em 2022, impulsionados pelas medidas governamentais focadas no emprego e na renda, não devem acontecer novamente até que um novo modelo de trabalho seja implementado; “espero que o Brasil nos surpreenda mais uma vez e o setor ache um jeito de trabalhar nessa nova configuração, declara.

Ano fraco

Para Mascarenhas, o ano de 2022 para o setor têxtil foi fraco, com uma queda de 12% na indústria de fabricação física, frente ao ano anterior. Em Minas Gerais a redução foi ainda maior, de 25%; mas essa queda foi causada devido a uma base de comparação forte, já que em 2021 o estado apresentou resultados melhores que a média nacional.

Ele lembra que o primeiro semestre do ano passado foi de alta no preço do algodão e que isso fez com que o comércio tivesse dificuldades para vender os produtos, já que o consumidor acabava optando por opções mais em conta.

Já o segundo semestre de 2022 também não foi positivo para o setor, mesmo com a redução do valor do algodão. O presidente do Sift-MG conta que esse período foi marcado por um ambiente tumultuado, devido às eleições, e com um afastamento do consumidor nos últimos meses do ano, causado pela Copa do Mundo e também pelo segundo turno das eleições.

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