Siderúrgicas brasileiras preparam nova onda de reajustes de preços
São Paulo – Siderúrgicas brasileiras estão preparando nova onda de reajustes de preços de aço para os próximos dias, aproveitando um cenário de preços elevados no exterior e situação cambial que tem favorecido as importações. A CSN já está comunicando clientes sobre entrada em vigor de reajuste de cerca de 10% a partir de sexta-feira, afirmou ontem uma fonte do setor. O movimento, segundo a fonte, também está sendo acompanhado pelas rivais ArcelorMittal, que já comunicou reajuste para o início de agosto, e Usiminas, que ainda não informou quanto de elevação nos preços vai aplicar. “A razão para o aumento que estão dizendo é que o preço (do aço) lá fora não caiu”, disse a fonte, citando que a diferença de preços entre a liga produzida no Brasil e a comprada do exterior está negativa, o que tem incentivado as importações do produto. “O prêmio sem o novo aumento está negativo ou quase zero com o dólar perto de R$ 3,80”, acrescentou a fonte. Antes do novo reajuste, as siderúrgicas aplicaram um anterior entre o final de junho e início de julho, também na casa de 10%. Procurada, a ArcelorMittal disse que não comenta suas políticas de preços e a Usiminas disse que “não comentará o tema”. A CSN não se manifestou. As vendas de aços planos no Brasil no primeiro semestre por distribuidores subiram 11% sobre um ano antes, para 1,54 milhão de toneladas. Em junho, o crescimento foi de cerca de 38%, em parte motivado por represamentos de encomendas gerados pela greve dos caminhoneiros no fim de maio, em um desempenho considerado acima do esperado pelo setor. O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas, deve divulgar seus números ainda hoje, junto com novas projeções para a indústria.
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