Sigma avança em projeto greentech

A Sigma Mineração segue a todo vapor com as obras da planta de produção e beneficiamento de lítio nos municípios de Itinga e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, iniciadas há três meses. Com investimentos de centenas de milhões de reais, a empresa vai produzir 440 mil toneladas de concentrado de lítio grau bateria de alta pureza ao ano em terras mineiras, nesta que será a primeira unidade greentech do setor mineral no mundo, incluindo emissão mínima de gás carbônico.
Quem explica é a Chief strategy officer and co-president do conselho da Sigma, Ana Gardner. Segundo ela, o complexo, denominado Grota do Cirilo, que está sendo implantado em duas fases, terá a primeira delas em operação já no terceiro trimestre do ano que vem e a segunda um ano depois. E já nascerá sustentável.
“Estamos falando de uma planta que não utilizará agentes químicos nocivos, com 100% de recirculação de água e energia elétrica 100% limpa, hidrelétrica e solar. Mas nossos esforços não param por aí. Em consonância ao que propõe o Pacto Global da ONU para emissões Zero Líquidas em 2050, e indo até além, queremos incorporar as metas em todo nosso processo de produção, atuando para reduzir inclusive a emissão bruta”, revela.
Neste sentido, já existe um projeto para que as frotas de caminhões da mina emitam o mínimo de carbono também. “Como a planta já é praticamente carbono zero, o grande vilão de nossas emissões continuará sendo o diesel dos caminhões da mina. Por isso, nosso objetivo é diminuir a emissão a partir da etapa do transporte do mineral”, justifica.
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Assim, o projeto prevê que no final do segundo ano de operação a frota já seja toda abastecida com o combustível B50, que é composto por 50% de diesel mais 50% de biodiesel. “O primeiro ano de operação servirá como base, uma vez que os veículos já fazem uso do diesel B10 e vamos aumentando gradativamente”, completa.
Tamanho empenho da mineradora já tem surtido efeito. A Sigma participará do Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas sobre a Transição de Energia 2021, que acontecerá em conjunto com a semana de abertura da Assembleia Geral, em 24 de setembro em Nova York. Isso ocorre, justamente, porque a empresa tem demonstrado seu alinhamento com o Acordo do Clima de Paris e tem como objetivo alcançar emissões líquidas de carbono zero após seu segundo ano de produção, em 2024.
“Isso significa 26 anos à frente das metas da ONU para emissões Zero Líquidas em 2050 e seis anos à frente das metas da década de ações delineadas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, ressalta Ana Gardner.
Em relação às obras de implantação do complexo Grota do Cirilo, a executiva garante que os primeiros marcos da construção foram alcançados, incluindo o início dos serviços de terraplenagem e conclusão do modelo geotécnico e cálculos das fundações civis.
Paralelamente, a empresa segue trabalhando na parte comercial e financeira do restante do complexo. Vale dizer que a produção da primeira fase já está toda contratada. Em junho do ano passado, o DIÁRIO DO COMÉRCIO noticiou que a Sigma havia fechado contrato de US$ 27 milhões pela venda antecipada para a japonesa Mistui por cinco anos. A empresa vai beneficiar quimicamente o lítio extraído em terras mineiras e repassar aos fabricantes de baterias – processo que é feito hoje, quase que totalmente, na Ásia.
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