Economia

St George vai vender terras-raras para empresa americana

Terras-raras do Projeto Araxá, no Alto Paranaíba em Minas Gerais estão na proposta
St George vai vender terras-raras para empresa americana
Foto: Divulgação/St. George Mining

Rio de Janeiro – A mineradora australiana St George Mining assinou com a norte-americana REAlloys seu primeiro acordo vinculante para comercializar terras-raras do Projeto Araxá, na cidade de mesmo nome, na região do Alto Paranaíba em Minas Gerais, previsto para entrar em operação em 2027, anunciou a companhia nesta quarta-feira (10).

Conforme o acordo, as empresas vão revisar e considerar estratégias de comercialização com vistas à REAlloys garantir um contrato de compra de longo prazo para até 40% da produção de terras raras do projeto, explicou a empresa em um comunicado.

Empresa de manufatura de materiais magnéticos, metais críticos e ligas com sede em Ohio, nos Estados Unidos, a REAlloys é líder na cadeia de suprimentos de ímãs dos EUA com contratos governamentais e industriais. Elementos das terras raras são importantes matérias-primas para a produção de ímãs.

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“Nós estamos falando de um acordo vinculante. Então, isso realmente coloca a gente em um outro patamar de entrega de materiais e de compromisso com estas empresas e com o Departamento de Defesa americano”, disse à Reuters o presidente da australiana, Thiago Amaral.

O acordo, segundo o executivo, posiciona a St George como player significativo na cadeia de suprimentos de terras raras dos EUA.

Domínio chinês

O país norte-americano vem buscando maior participação estratégica global neste mercado que é amplamente dominado pela China, que possui a maior produção global de terras-raras e é líder na produção mundial de ímãs derivados desses elementos.

Amaral destacou que o Projeto Araxá possui um recurso de terras-raras de classe mundial, do mesmo tipo dos dois principais depósitos de terras-raras fora da China – a mina Mt Weld, da Lynas Corporation, na Austrália, e Mountain Pass, da MP Materials, nos EUA.

O negócio prevê a realização de testes metalúrgicos pela REAlloys em materiais de terras-raras do Projeto Araxá, visando maximizar a recuperação de elementos para ímãs de alto valor, dentre outros pontos, segundo a companhia.

O Projeto Araxá prevê ainda a produção de nióbio, um produto também altamente estratégico que traz um diferencial competitivo ao ativo, uma vez que as terras raras ainda são vistas como produtos com grande volatilidade no comércio global, tanto de preço quanto de demanda.

“O nióbio é o diferencial do Projeto Araxá porque garante a sustentabilidade ao longo do tempo, independentemente das fortes oscilações que marcam os negócios de terras-raras”, disse Amaral, ressaltando que o mercado de nióbio é estável, com demanda garantida, e tende a crescer diante da transição energética.

Reportagem distribuída pela Reuters

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