Superávit da balança comercial do Estado registra queda de 0,35%

A balança comercial mineira encerrou o primeiro bimestre com superávit de US$ 2,8 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. O resultado ficou muito próximo ao registrado em igual intervalo de 2022, com pequena queda de 0,35%
ou US$ 7,66 milhões a menos. Assim como nos meses anteriores, no primeiro bimestre de 2023, o comércio exterior de Minas Gerais continuou marcado pela venda de commodities, especialmente de minério de ferro e café.
Entre os principais produtos exportados pelo Estado, o faturamento dos embarques de minério de ferro chegou a US$ 1,52 bilhão, aumento de 11,9%. Em seguida, veio o café com valor de US$ 866 milhões movimentados entre janeiro e fevereiro e queda de 28%.
Segundo o consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, as instabilidades são normais no comércio exterior, com produtos apresentando resultados diferentes a cada ano.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“O comércio exterior sempre tem instabilidade. Este ano, no primeiro bimestre, houve uma inversão dos principais produtos exportados, mas já estamos com desempenho positivo no minério de ferro, que no mesmo período do ano passado, teve um desempenho muito ruim, e agora subiu quase 12% em faturamento. Já o café, que foi super bem no início do ano passado, começou 2023 em queda”.
Nos dois primeiros meses de 2023, as exportações de Minas Gerais somaram US$ 5,11 bilhões, representando quase 12,4% do total nacional. Na comparação com as remessas ao exterior no primeiro bimestre de 2022, que somaram US$ 5 bilhões, houve elevação de 8,3%.
No mesmo período, as importações realizadas pelo Estado tiveram crescimento de 5,7%, somando US$ 2,3 bilhões ante os US$ 2,2 bilhões vistos no primeiro bimestre de 2022.
Nas importações, a participação do Estado no montante nacional foi de 5,98%. O produto mais importado foi adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos), que movimentou US$ 178 milhões, queda de 20%.
A corrente comercial, que é a soma das exportações e importações, avançou no primeiro bimestre. No período, o cálculo chegou a US$ 7,4 bilhões, elevação de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foi registrada uma corrente de US$ 7,2 bilhões.
“As exportações estão positivas e vários produtos estão se destacando, como o minério de ferro, com alta de 12%, açúcar com aumento de 68%, a carne de frango, 24,6%, soja, 15%, entre outros”, explicou Brito.
China é o principal destino das exportações
Entre os parceiros comerciais, os embarques feitos por Minas Gerais tiveram, mais uma vez, como principal, a China. Nos dois primeiros meses do ano, as exportações para o país asiático somaram US$ 1,65 bilhão. O valor ficou 20,7% maior, com variação absoluta de mais US$ 262 milhões. A participação da China nas exportações do Estado ficou em 32%.
Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos, com um faturamento de US$ 577 milhões, alta de 15,7%. O país responde por 15,7% das exportações feitas pelo Estado. A comercialização com a Argentina movimentou US$ 264 milhões, valor 22,5% maior. O país vizinho representou 5,2% das exportações feitas por Minas.
Já em relação às importações, de tudo que o Estado comprou no mercado mundial, 26% ou US$ 584 milhões vieram da China, país que respondeu por 26% das compras internacionais do Estado. Apesar da grande participação, o resultado dos negócios, ao longo dos primeiros dois primeiros meses do ano, recuaram 12,2% frente ao primeiro bimestre de 2022.
O segundo país que mais vende para Minas são os Estados Unidos. Ao todo, foram US$ 339 milhões movimentados entre janeiro e fevereiro, o que gerou uma participação de 15%. Os negócios com os EUA cresceram 15% se comparado com igual bimestre de 2022.
Minério de ferro lidera os embarques do Estado
Entre janeiro e fevereiro, a pauta exportadora de Minas Gerais foi marcada pela alta na comercialização de minério de ferro, produto que é o mais exportado pelo Estado. No período, os embarques de minério de ferro movimentaram US$ 1,52 bilhão, aumento de 11,9% frente ao primeiro bimestre de 2022. O produto respondeu por 30% dos embarques mineiros. Ao todo, foram 15,8 milhões de toneladas exportadas, variação positiva de 19,14%.
O consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, explica que a tendência, com base nas exportações de anos anteriores, é que os resultados do minério sigam positivos e em crescimento.
“Os primeiros meses do ano, normalmente, são menos aquecidos para o minério, pelo período de negociação de preços e também pelas chuvas. Este ano, nos dois primeiros meses, a média de embarque ficou em 8 milhões de toneladas ao mês, volume que tende a crescer. No ano passado, os embarques, a partir de março, ficaram acima de 12 milhões de toneladas ao mês”, explicou.
O segundo produto mais exportado é o café. Mas, ao contrário do minério de ferro, o grão apresentou resultados negativos. Ao todo, foram US$ 866 milhões movimentados entre janeiro e fevereiro, valor que retraiu 28% frente ao registrado em igual intervalo de 2022. Com o resultado, o café respondeu por 17% das exportações de Minas. Foram destinadas ao mercado externo 238,16 mil toneladas de café, 25,9% a menos.
Já os embarques ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas apresentaram expansão de 3,98% no valor exportado. Foram US$ 530 milhões em exportações, o que gerou uma participação de 10% na pauta exportadora de Minas Gerais.
Os embarques de ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) chegaram a movimentar US$ 220 milhões, queda de 7,68% e participação de 4,3% na pauta exportadora de Minas.
No caso da celulose, as exportações chegaram a US$ 200 milhões, aumento de 119%. O produto respondeu por 3,9% dos embarques feitos por Minas.
Destaque também pelas negociações externas de soja. Entre janeiro e fevereiro, Minas exportou US$ 166 milhões, aumento de 15,3% sobre o mesmo período do ano passado. A soja representou 3,2% dos embarques estaduais.
Ouça a rádio de Minas