Economia

Tambasa Atacadista espera crescer até 8% em 2025 e deve dobrar capacidade

Grupo é o segundo maior líder do setor atacadista e distribuidor de Minas Gerais, segundo o ranking Abad/NielsenIQ 2025
Tambasa Atacadista espera crescer até 8% em 2025 e deve dobrar capacidade
Foto: Divulgação/Tambasa

A Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A (Tambasa Atacadista) deve finalizar até o fim do ano sua expansão em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e iniciar a nova etapa da operação, que dobrará a atual capacidade de armazenagem e de administração de mercadorias da empresa. A expansão foi viabilizada com um plano de investimentos de R$ 700 milhões, iniciado em 2021.

A Tambasa tem registrado um crescimento entre 7,5% e 8% no acumulado de 2025 e a perspectiva é fechar o ano com este desempenho, revelou o gerente de vendas e tecnologia da empresa, João Pedro Bartolomeu, em entrevista ao Diário do Comércio, durante a 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, realizada pela entidade em Atibaia (SP).

O grupo é o segundo maior líder do setor atacadista e distribuidor de Minas Gerais, segundo o ranking Abad/NielsenIQ 2025, e faturou R$ 6,3 bilhões em 2024.

A empresa começou o ano com um mix de produtos de 35 mil itens e, com a expansão, a projeção é chegar em cerca de 40 mil itens até o final do ano. “Os negócios estão caminhando bem, o crescimento está bem sólido, na mesma linha do ano passado, e a gente tem perspectiva de manter para o segundo semestre num ritmo acelerado”, disse.

O gerente de vendas da gigante atacadista afirmou que a entrada de mais itens ao portfólio da empresa tem gerado otimismo para impulsionar a expansão da Tambasa nos próximos anos.

“A gente já vai começar a materializar agora e vai administrando. Tem que fazer mapeamento do mix, para saber como vai ser item de valor agregado, o perfil dessa composição dos produtos novos para expansão”, explicou Bartolomeu. “O mercado está mudando muito, está vindo muito segmento novo, então vamos administrar e estar acompanhando isso bem de perto, para ver quais vão ser os próximos passos”, completou.

A expectativa otimista da Tambasa aparece mesmo em meio a um cenário de taxa básica de juros (Selic) em patamares historicamente elevados – os atuais 15% ao ano da Selic representam a maior taxa de juros da economia brasileira desde julho de 2006 e restringe os investimentos das empresas, principalmente do setor atacadista, com recursos externos.

Ainda há uma inflação persistentemente acima da meta contínua de 3%, estipulada pelo Comitê Monetário Nacional (CMN), que reduz o poder de compra da população e, consequentemente, o consumo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses desacelerou em maio, mas alcançou 5,35%, acima até do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para o IPCA instituído pelo CMN.

Bartolomeu destacou que a Tambasa enxerga as oscilações do cenário macroeconômico brasileiro com maturidade, por contar com uma diretoria experiente em atuar com determinadas instabilidades, seja de inflação ou juros altos, além da empresa conseguir operar com capital próprio, o que deixa a captação de recursos sem tantas obrigações externas quanto buscar crédito no mercado.

Além disso, a esperada desaceleração econômica do País, pontuou Bartolomeu, com impacto no consumo das famílias, deve afetar com mais intensidade o consumo de produtos supérfluos, mas pouco o segmento de maior atuação da empresa atacadista, de materiais de construção.

“Pela nossa capacidade de pulverizar produtos e armazenar, a gente consegue trabalhar bem também com essa instabilidade. E no nosso segmento, também, todo mundo sempre precisa de fazer uma reforma, a construção não vai deixar de estar presente no dia a dia das pessoas. A gente fala que é um segmento quase essencial”, argumentou.

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