Economia

UFMG inicia mapeamento para fortalecimento do artesanato brasileiro

UFMG inicia mapeamento para fortalecimento do artesanato brasileiro
Objetivo do levantamento é alcançar melhorias em benefício do artesanato brasileiro - Crédito: Flickr/Mel Meira

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o Programa Brasileiro de Artesanato, que hoje está vinculado ao Ministério da Economia, iniciou as atividades que resultarão em um diagnóstico para identificar os entraves do segmento e apontar caminhos para que as políticas públicas voltadas ao artesanato sejam cada vez mais assertivas.

O projeto “Estruturação do Sistema de Gestão do Artesanato Brasileiro: Diagnóstico e Planejamento Estratégico”, como é intitulado, será realizado a nível nacional e irá avaliar os aspectos econômicos, ambientais (sustentabilidade), culturais e sociais de toda a cadeia que envolve o setor.

Segundo a coordenadora do projeto, Dorotéa Naddeo, o maior legado para os artesãos está na oportunidade de apresentarem os próprios problemas e participar da revisão das políticas públicas relacionadas ao artesanato, atividade que está no escopo do projeto.

Ainda segundo Dorotéa, a pesquisa irá se debruçar sobre quatro grandes eixos, com o objetivo de entender, por exemplo, o impacto da legislação atual que reflete no artesanato e até mesmo em pontos que deveriam existir para apoiar as políticas públicas. Além disso, segundo a coordenadora, o projeto busca entender questões que envolvem o futuro do artesanato no país.

“Nós queremos trabalhar também as políticas da memória, o repasse do conhecimento da produção artesanal para as futuras gerações. Quem são os guardiões desse conhecimento e o que fazer para que isso seja repassado e desperte o interesse? E temos também o eixo da economia, porque em muitos municípios essa produção faz parte da história, do poder de criação e da atividade econômica”, conta Dorotéa.

A pesquisa será concluída em 2023 e passará por diferentes etapas, sendo que a atual considera a escuta aos artesãos, o que pode acontecer por meio das federações das quais os profissionais participam ou por meio plataforma virtual criada para o propósito. Além dos artesãos, toda a sociedade interessada pode participar da construção do diagnóstico.

Matheus Servilha, também coordenador do projeto e professor da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, acredita que o diagnóstico, na amplitude em que foi formatado, será fundamental para o desenvolvimento do artesanato no país.

“É necessário que esse setor, assim como universidades e outras instituições de pesquisa, de todas as regiões do país, participem ativamente. Num momento como o que vivemos, de crises nacionais e mundiais, é fundamental experiências coletivas que apontem e viabilizem caminhos democráticos e emancipatórios”, afirma Servilha.

Expressão cultural

Para Fernando Mencarelli, diretor de Ação Cultural da UFMG, o projeto tem um papel significativo ao contribuir para consolidar o artesanato enquanto expressão cultural do Brasil. “O projeto fortalece a rede de artesãos de todo o país e as políticas públicas voltadas a um setor para onde convergem a criatividade artística, as tradições de cultura popular e a economia solidária e ecologicamente sustentável”, avalia Mencarelli.

Vale ressaltar que a UFMG executa o diagnóstico por meio da Pró-reitoria de Extensão, da FaE e também da Diretoria de Ação Cultural (DAC).

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