Economia

Usiminas fecha 2022 com lucro líquido de R$ 2,1 bi

Apesar da queda de 79% ante 2021, foi o 2º melhor resultado nos últimos 14 anos
Usiminas fecha 2022 com lucro líquido de R$ 2,1 bi
A Usiminas vai investir R$ 1,2 bilhão neste ano na reforma do alto-forno 3 da unidade de Ipatinga | Crédito: Marcelo Coelho

Depois de encerrar 2022 com lucro líquido de R$ 2,1 bilhões, o segundo maior da companhia nos últimos 14 anos, mas 79% inferior aos R$ 10,1 bilhões apurados um ano antes, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) inicia 2023 com grandes expectativas e investimentos atípicos. A projeção é de R$ 3,2 bilhões em aportes, dos quais R$ 2,6 bilhões na unidade de siderurgia, R$ 500 milhões em mineração e R$ 100 milhões em transformação.

Para a usina de Ipatinga, no Vale do Aço, apenas na reforma do alto-forno 3, o de maior capacidade produtiva da planta industrial, estão previstos R$ 1,2 bilhão neste exercício. Além disso, o diretor financeiro da companhia, Thiago Resende, acrescenta que outros R$ 500 milhões serão destinados à manutenção da aciaria e da coqueria do complexo fabril. Estão previstas reformas na operação de lingotamento contínuo da usina e ampliação do reparo nas coquerias iniciado em 2022.

“Quando há uma parada programada de alto-forno, a gente aproveita e faz manutenções nas outras áreas. São investimentos estratégicos para a companhia, que já vinham sendo comunicados ao mercado há algum tempo, inclusive que seria um dos mais elevados das últimas décadas. O montante projetado veio superior ao que se esperava, mas como consequência da confiança que a empresa tem nessa transformação. O alto-forno 3 é o principal da nossa siderúrgica e está em operação há mais de 20 anos”, justifica.

Com a reforma e os demais investimentos, a Usiminas prevê aumentar sua produtividade em pelo menos 20% a partir de 2024, quando o equipamento voltará a plena operação. Reduções do custo de produção também estão no radar.

Tamanha complexidade do projeto, orçado em R$ 2,7 bilhões, que até 2021 já haviam sido aportados R$ 619 milhões e, em 2022, foram investidos outros R$ 650 milhões. Os valores foram destinados à compra de equipamentos e placas de aço para abastecer a operação no período em que o alto-forno estiver parado. Segundo a companhia, no fim de 2022 o estoque girava em 351 mil toneladas e a expectativa é atingir de 450 mil a 470 mil toneladas até abril.

As operações do equipamento ficarão suspensas entre abril e agosto deste exercício e oito mil pessoas estarão envolvidas na reforma. Cerca de 40% desse contingente já está mobilizado. Além disso, há mais de 100 empresas da região do Vale do Aço envolvidas no projeto.

Resultados da Usiminas

Em relação aos resultados apurados pela siderúrgica em 2022, Resende classifica o exercício que passou como atípico por conta da retomada da economia após o período mais crítico da pandemia. O Ebitda Ajustado fechou em R$ 4,9 bilhões – o segundo maior desde 2008, ficando atrás apenas do contabilizado em 2021, de R$ 12,8 bilhões. Já a margem Ebitda Ajustado, ficou em 15% no ano passado ante os 38% de 2021.

Apenas no quarto trimestre, a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 839 milhões sobre lucro de R$ 609 milhões no mesmo intervalo de 2021. Nos últimos meses do ano, o Ebitda Ajustado foi de R$ 579 milhões e a margem Ebitda ficou em 8%.

“Apesar da curva descendente o ano foi muito bom. Os resultados do quarto trimestre vieram como reflexo de questões mundiais como o conflito entre Rússia e Ucrânia, que são dois grandes players, e o lockdown na China. No primeiro semestre do ano passado, o cenário ainda era positivo, com preços elevados tanto do aço quanto do minério, o que possibilitou uma receita maior. Mas, no segundo semestre, houve queda em praticamente todos os indicadores”, comenta.

Assim, no braço siderúrgico, a Usiminas obteve receita líquida de R$ 28,7 bilhões em 2022, a maior da história da unidade de negócios. O resultado ficou 1,2% superior ao registrado em 2021. A produção de aço bruto na usina de Ipatinga foi de 2,7 milhões de toneladas, 16,4% menor que as 3,2 milhões de toneladas do ano anterior. Já a produção de laminados nas usinas de Ipatinga e de Cubatão totalizou 4,2 milhões de toneladas em 2022, uma redução de 15,8% em relação a 2021 (5 milhões de toneladas).

O volume de vendas foi de 4,2 milhões de toneladas de aço no ano, 12,2% inferior a 2021 (4,8 milhões de toneladas). No mercado interno, as vendas somaram 3,6 milhões de toneladas, uma redução de 15,6% em relação a 2021 (4,3 milhões de toneladas). Já as exportações foram de 609 mil toneladas, 15,1% superior a 2021 (529 mil toneladas). No consolidado do ano, 86% das vendas foram destinadas ao mercado interno e 14% às exportações (ante 89% e 11%, respectivamente, em 2021).

Na Mineração Usiminas o volume de produção totalizou 8,9 milhões de toneladas, uma redução de 2,6% quando comparado a 2021 (recorde registrado pela unidade de 9,1 milhões de toneladas). As vendas no ano passado foram de 8,6 milhões de toneladas, ante 9 milhões de toneladas em 2021.

Por fim, a Soluções Usiminas registrou receita líquida anual de R$ 9,4 bilhões, 10,2% superior a 2021 (R$ 8,5 bilhões). O Ebitda Ajustado em 2022 foi de R$ 534 milhões, 44% inferior ao ano anterior (R$ 953 milhões). A margem Ebitda Ajustado foi de 5,7%, ante 11,2% em 2021.

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