Usiminas não sabe quando retornará à atividade total
Três dias após a explosão de um gasômetro na Usina Intendente Câmara, em Ipatinga, no Vale do Aço, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) retomou parte das atividades ontem. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia informou a reativação dos altos-fornos 1 e 2 da unidade, que juntos produzem cerca de 4 mil toneladas de ferro-gusa por dia. Já o alto-forno 3, o principal da planta industrial, uma vez que possui capacidade de produzir cerca de 7 mil toneladas de ferro-gusa diariamente, deve voltar a funcionar amanhã (15). Ainda assim, a empresa não tem previsão de quando voltará a operar em plena carga, uma vez que, com a explosão, perdeu um dos quatro gasômetros da usina. “A empresa prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança. Algumas áreas sem conexão com o setor afetado pela ocorrência, como despacho, laminação a frio e Unigal (galvanização), estão reiniciando suas atividades. Até o momento, a empresa ainda não tem previsão de quando retornará a plena produção”, afirmou a companhia em comunicado à imprensa no fim de semana. A decisão de religar os fornos se deu depois de uma vistoria nos demais gasômetros e avaliação das questões de segurança da unidade, após a explosão do equipamento, que deixou 34 feridos e parou, pela primeira vez na história, todos os altos-fornos da Usiminas, considerando que os fornos da usina de Cubatão, no interior de São Paulo, seguem abafados desde 2015. Ainda segundo o fato relevante da siderúrgica, o laminador de chapas grossas tem previsão de voltar a funcionar hoje, enquanto o de tiras a quente deve retomar as atividades na quinta-feira (16). Também no documento, a Usiminas admitiu que ainda não possui nenhuma estimativa dos prejuízos operacionais, financeiros e materiais provocados pela explosão. Mas confirmou que dispõe de seguro para esse tipo de evento e que já acionou a seguradora. Cálculos preliminares dão conta de uma perda de 10,8 mil toneladas de ferro-gusa por dia, já que essa é a capacidade atual da usina. Com o retomada da produção do alto-forno 1 da unidade, em abril, a planta voltou a operar a plena carga, somando 2 mil toneladas de ferro-gusa às 8,8 mil já produzidas pelos altos-fornos 2 e 3. Leia também: Outro acidente grave atinge usina 3 dias depois Retomada da produção – Procurada, a siderúrgica não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a retomada do ritmo de produção, uma vez que, mesmo com o religamento dos três altos-fornos no decorrer da semana, terá menos um gasômetro em atividade e o principal forno da usina se encontra com a vida útil comprometida. Inclusive, a companhia já elabora um plano estratégico de longo prazo, que, entre outras coisas, prevê a reforma do alto-forno 3. O equipamento está próximo de atingir 20 anos de operação, prazo em que precisa passar por uma reforma geral, envolvendo investimentos vultosos. “Apesar de as causas do acidente ainda estarem sendo investigadas, tanto pela empresa como pelas autoridades públicas, a companhia esclarece que toda manutenção preventiva dos gasômetros da Usina de Ipatinga foi realizada, seguindo rigorosos padrões internacionais”, aponta o documento.
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